Índice
- 1 Quando eles ficam com o rabinho entre as pernas ficamos com muita dó, né? Veja como ajudá-los!
- 2 O que é o medo?
Quando eles ficam com o rabinho entre as pernas ficamos com muita dó, né? Veja como ajudá-los!
Os animais são seres sencientes, ou seja, são capazes de sentir emoções, positivas e negativas, e capazes de reagir a um estimulo de forma consciente. Então, sim, os cães podem sentir medo e nós como tutores podemos ajudá-los com isso!
O que é o medo?
É uma emoção, uma reação diante de uma ameaça real ou não. Os animais podem sentir mais medo por características genéticas, porque não foram bem socializados no período da “janela de socialização” (já falamos sobre isso no artigo sobre as fases de desenvolvimento, veja aqui: Conheça Melhor as Fases do Desenvolvimento Canino) em que é importante que o filhote interaja com o máximo de situações, objetos e pessoas diferentes ou ainda por causa de traumas sofridos.
O sistema nervoso é o responsável por perceber e processar informações e originar comportamentos. Ele é composto de várias partes que executam funções diferentes e no caso dos cães, algumas partes suprimem outras quando estão com medo. O córtex cerebral, camada externa da frente do cérebro, é a parte racional do cérebro que tem a função de pensar e resolver conflitos e o sistema límbico (formado pela amígdala, tálamo e hipotálamo) é a parte que trabalha e gerencia as emoções, elas trabalham juntas, mas também de forma inversa, pois quando uma está ativa, a outra tende a se reprimir. Por isso que quando alguém passa por uma intensa resposta emocional (como o medo), provavelmente não consegue pensar com clareza. É assim conosco e com os cães também! E as respostas que eles têm para o medo são: fugir ou encarar (reatividade).
A reatividade, reação exagerada a algum estímulo, não é frescura e não deve ser punida. O cão está reagindo a algo do qual ele tem medo.
O medo pode ser reforçado?
Algumas pessoas dizem que se você confortar ou der petiscos a um cão enquanto ele está com medo você estaria reforçando esse medo e ele se tornaria mais medroso. Isso não é correto, pois como vimos, o medo é uma emoção e o esquema de reforço é para comportamentos: quanto mais reforçamos um comportamento, mais ele tende a ser repetido no futuro.
Então você pode confortar, brincar e distrair o seu cão em uma situação como por exemplo, um temporal. Com o tempo ele irá associar o temporal a coisas boas e o medo diminuirá.
Como ajudar um cãozinho com medo?
Inicialmente:
1. Identifique os gatilhos de medo, ou seja, o que deixa o cão com medo: visita? Barulho? Pessoas estranhas?
2. Evite, por um tempo, essas situações de medo. Se chegou visita, leve o cão para outro ambiente; se é de pessoas estranhas, passeie em um lugar menos movimentado.
3. Prepare um lugar seguro para o cão. Tem que ser um lugar que ele aprenda a gostar, com tudo o que ele mais gosta para que ele se sinta seguro e confortável nesse lugar.
Depois disso, o próximo passo é trabalhar pra mudar o que o cão sente. Há algumas técnicas pra isso, mas as mais indicadas, de acordo com a nossa pesquisa, são a dessensibilização e o contracondicionamento:
Dessensibilização é expor o pet ao estímulo do qual ele tem medo, mas aos poucos e de forma bem gradual! Por exemplo, se ele tem medo do aspirador de pó, deixe-o na sala e o aspirador ligado no quarto e dê petiscos e brinque. Aos poucos, aproxime-se do aspirador, sem forçar! Aos poucos é bem aos poucos, pode levar dias! O pet não pode sentir medo nesse processo, o objetivo é ele ignorar o estímulo!
E o contracondicionamento é associar o estímulo que causa medo a alguma coisa que o pet goste muito. Por exemplo: medo do barulho do caminhão > associar a algo bom (que o pet já conheça) como uma massagem ou petiscos.
Dá pra usar as duas técnicas juntas, no exemplo de medo do barulho do caminhão: ir pra um lugar mais tranquilo e com o barulho longe começar uma massagem ou dar petiscos e aos poucos ir pra lugares mais movimentados e com mais barulho, sempre associando o barulho a algo bom.
Cada um dos gatilhos deve ser trabalhado assim, aos poucos e um de cada vez. Mas muitas vezes a ajuda de um adestrador positivo é indispensável.
Não temos como proteger nossos cães de tudo, mesmo que quiséssemos, mas podemos evitar situações que causem medo, prestar atenção aos sinais de que o cão está com medo, não forçar situações que sabemos causar medo e oferecer muito amor e carinho!
Essa última foto é para mostrar que dedicação vale a pena. O Dobby tem muito medo de pessoas desconhecidas e o Dipper ficava reativo com pessoas e cães desconhecidos. Com carinho e muito treino dos tutores, hoje eles conseguem conviver e brincar tranquilamente com a Joy e a Pepper e entre si, mas foram vários encontros até que conseguíssemos isso!
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