Dicas

Como se Preparar Adequadamente Para a Chegada de um Cãozinho

By Piero Giuntoli

March 08, 2021

Índice

É essencial que o cão fique confortável em casa. Aí vai algumas dicas sobre como se preparar para a chegada do cãozinho na sua casa.

Grande parte dos contatos que os adestradores recebem, em termos de comportamento, é em relação a como adaptar um filhote em um novo lar. Afinal, é muito prazeroso ter um cãozinho em casa para cuidar e dar muito carinho.

Por mais amorosos que o tutores sejam, o cãozinho precisa passar por um processo de adaptação. A primeira dica para ajudar nesse momento é separar algum objeto que esteve junto com a ninhada para que possa ajudar na hora de adaptá-lo à sua nova família.

Veja as dicas para a chegada do cão:

Escolhendo o nome

Os nomes são coisas que nós, seres humanos, criamos. Somos a única espécie que dá nomes a outros seres vivos.

Muita gente fica em dúvida na hora de escolher o nome do cão. Escolher o nome é uma decisão importante e deve ser tomada com cuidado. É normal que o tutor queira dar nomes com os quais tenha alguma ligação especial, como o nome de um artista, uma personalidade ou até de uma comida que gosta.

Um bom nome é um nome que chame a atenção do cão de maneira inteligente e fácil.

Existem três passos simples e práticos que podem ajudar nesse processo: associação positiva, nomes curtos e evitar nomes que pareçam comandos.

  1. Associação positiva: Sempre use o nome na hora das coisas boas, como refeições, petiscos e carinho. Não use o nome quando der bronca, por exemplo: “fulaninho, não!”. Além disso, clareza e coerência são fundamentais; pra que ele fixe bem o nome escolhido, use sempre o mesmo nome e evite chamá-lo por apelidos no início.
  2. Nomes curtos: Uma ou duas sílabas é o ideal, sendo três o número máximo de sílabas. Se o nome for longo ou complicado, vai ser difícil chamá-lo e o cão pode não entender. Ter que repetir o seu nome para ter sua atenção faz com que o treinamento fique difícil e pode ser até perigoso em algumas situações.
  3. Evitar nomes que pareçam comandos: Para não confundir o cão, o ideal é escolher um nome diferente das palavras ou comandos que serão usadas no dia-a-dia. Por isso, é bom evitar nomes que parecem comandos: evite nomes que pareçam com qualquer comando que você irá usar para educar seu pequeno, como “fica”, “não”, “senta”. Se você estava pensando em chamar o cãozinho de Tião, Tica, pense melhor e facilite a educação, evitando esses nomes.

Mesmo que esses passos não sejam seguidos, o importante é usar a criatividade e escolher um nome que seja fácil para o cão e prazeroso para a família. O “batismo” do cão deve ser divertido e repleto de carinho e amor.

Um levantamento feito em 2018, com 108 mil cães cadastrados na base de clientes da DogHero, plataforma digital de hospedagem domiciliar para cães, identificou quais são os nomes mais comuns no Brasil

Foto: Canva

Ao todo, foram identificados 3.700 nomes diferentes no “censo animal”, sendo 51% fêmeas e 49% machos. A maior parte dos cães (41%) tem entre 1 e 3 anos. Os cães adultos, de 4 a 8 anos, representam 27% dos animais. Do total, 13% têm mais de 8 anos e 19% são filhotes.

O nome mais comum para os machos é Thor. O nome tem origem nórdica e significa “trovão” e, o deus nórdico de mesmo nome, era justamente o deus do trovão, da força e da guerra. Para as fêmeas, o nome mais escolhido é Mel, que significa dócil e suave.

Primeiro contato

Geralmente no primeiro contato, ao vermos um filhote, exclamamos com a mesma voz fina que costumamos usar ao falar com bebês. Assim, nos apresentamos ao cãozinho usando não apenas a comunicação vocal, mas também a nossa emoção. O que fazemos é projetar energia emocional e animação, que é o mais distante que podemos chegar da energia calma e assertiva de um líder. Para um cão, a energia emocional é fraca e geralmente negativa. Assim, desde o princípio, mostramos ao cão que não o entendemos.

Logo depois nós nos aproximamos dele, e não o contrário. Corremos até ele, nos abaixamos e fazemos carinho. Nesse momento, percebeu que não entendemos nada a respeito dele. Também percebeu claramente que nós fomos até ele; com isso, deixamos claro que somos os seguidores, e ele, o líder.

Agora vamos rever a situação do primeiro encontro usando a psicologia canina, e não a humana. Os cães nunca se aproximam uns dos outros cara a cara, a menos que estejam se desafiando. E os líderes nunca se aproximam dos seguidores; é sempre o contrário que acontece. Existe como uma etiqueta no mundo canino que estabelece que, ao encontrarmos um cão, não devemos olhá-lo nos olhos, mas manter a energia calma e assertiva e permitir que o animal se aproxime.

Ao cheirá-lo, ele sente não apenas seu odor, mas também toda a energia que você está projetando. Pode ser que o cão não fique interessado em você ou se afaste à procura de cheiros mais interessantes. Ou pode decidir continuar a descoberta.

Apenas quando o cão decide iniciar contato, esfregando-se em você ou empurrando-o com o focinho, é que você deve oferecer carinho.

Às vezes, após examinar uma nova pessoa, o cão pode perder o interesse e se afastar. Naturalmente, uma pessoa que gosta de animais tentará tocá-lo e oferecer carinhos para que ele volte.

Foto: Canva

Para alguns cães, essa atitude pode ser vista como um avanço indesejado e pode causar uma mordida. Permita que o cão o conheça, se sinta à vontade com você e faça alguma coisa para ganhar seu carinho primeiro.

Permitir que um cão sinta o nosso cheiro antes de estabelecer contato visual ou antes de falar com ele é uma maneira de conquistar sua confiança desde cedo.

Os cães vivenciam o mundo por meio do olfato, da visão e, depois, do som – nessa ordem. É vital lembrar isso se quisermos nos comunicar corretamente com eles. Nunca se esqueça desta sequência: focinho, olhos e ouvidos.

Chegando em casa e estabelecendo limites

Entrar em casa pela primeira vez é um momento muito importante.

Você só tem uma chance de causar boa impressão. Se fizer direito, vai livrar-se de uma grande dor de cabeça. Caso contrário, terá de reabilitar seu cão desde o primeiro dia. Os limites do relacionamento serão estabelecidos nesses primeiros e importantes momentos e dependem exclusivamente de você.

Acorde no horário que você quiser, e não quando ele for acordá-lo.

Seu cão não é seu despertador. Se ele dorme na sua cama, condicione-o a manter-se quieto quando acordar antes de você e precisar de água ou quiser esticar as patas. Depois, ele precisa esperar calmamente até que você se levante e dê início às tarefas do dia.

Seu cão não deve implorar por comida nem interromper suas refeições.

Quando o líder da matilha está comendo, ninguém o interrompe. Você tem de estabelecer a distância que seu cão mantém da mesa e tem de ser firme em relação à regra. Não dê atenção aos olhares pidões – os ancestrais dele nunca lutaram por comida com os líderes da matilha, e isso não pode acontecer.

Alimente seu cão calma e silenciosamente, nunca quando ele estiver agitado e pulando. Ele só ganhará comida quando estiver sentado, calmo e submisso. Nunca ganhará alimento como resposta aos latidos.

Nunca faça muito alarde ao sair de casa, nem ao voltar.

Se precisar deixar o cão em casa o dia todo, pratique entrar e sair várias vezes antes de realmente deixá-lo sozinho. Certifique-se de que ele esteja calmo e submisso sempre que você chegar em casa ou sair.

Todos os seres humanos da casa têm de ser um líder de matilha. Desde o seu bebê até o seu avô, o cão deve respeitar a todos e saber que ele está embaixo na disposição hierárquica. Isso quer dizer que todos os seres humanos da casa devem impor as mesmas regras, os mesmos limites e as mesmas restrições.

Lembre-se de que atitudes diferentes podem criar um animal instável, que se tornará muito mais difícil de condicionar a longo prazo. Liderança inconsistente gera um animal inconsistente.

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