Índice
- 1 Como ensinar nossos peludinhos da maneira correta? Veja mais
- 2 Como ensinar os peludos? Leia sobre:
Como ensinar nossos peludinhos da maneira correta? Veja mais
Seu cão pula em você ou vive pedindo comida quando você se senta à mesa? Apesar de não muito agradáveis, são coisas normais de acontecer, mas afinal por que acontecem? O cachorro que não entende o que você quer? É ele que faz errado por “birra”, “vingança” ou para “desafiar”?
Como ensinar os peludos? Leia sobre:
Os cães aprendem o tempo todo
Como já vimos, assim como nós, os cães aprendem através de reforços: todo comportamento possui uma consequência imediata, que pode ser boa ou ruim. Se ela é boa, continuamos com o comportamento porque queremos que essa consequência se repita, dessa forma essa consequência age como um reforço. Portanto, as consequências é que definem se um comportamento acontecerá mais vezes ou não no futuro. De forma simples, essa é a base do adestramento.
Além disso, os comportamentos também acontecem em um determinado contexto, a partir de um estímulo. No estudo da Análise do Comportamento chamamos essa relação de Tríplice Contingência: há um antecedente, um comportamento e uma consequência. Analisar um comportamento é observar em que circunstâncias o comportamento ocorre e quais as consequências que o mantêm (MOREIRA e MEDEIROS, 2007, p.98).
Os cães aprendem o tempo todo e não apenas quando estamos treinando com eles. Todo comportamento que é incentivado, mesmo que você o faça sem perceber, ensina algo ao seu cão! E eles não têm a mesma noção de certo e errado que nós temos, eles simplesmente se comportam de determinada forma porque ela funciona! Por exemplo, ao chegar em casa seu cão quer sua atenção e, para isso, ele pula em você, que lhe dá atenção mesmo que seja pedindo para que ele pare de pular. Isso já serviu como um reforço para que ele continue pulando, pois ele conseguiu o que queria: sua atenção!
Quando seu cão tem um comportamento que você considera indesejável, como pular ou pedir comida, você deve ter consciência de que provavelmente foi você quem incentivou esse comportamento gerando as consequências que o cão estava buscando.
Aliás, os cães não agem por vingança e não sentem culpa… “Ah, mas e aquela cara de culpado que ele faz? Ele sabe que fez algo errado!”. Na verdade essa “cara de culpado” é um dos sinais de apaziguamento que vimos anteriormente. Os cães possuem uma linguagem própria formada principalmente por sinais corporais que expressam desconforto, tentativas de se acalmar e de se mostrar amigável para os outros. Evitar contato visual, colocar as orelhas para trás, tudo isso que nós interpretamos como culpa na verdade significa “não quero briga, por favor, pare de me dar bronca!”.
A responsabilidade é nossa
Como tutores nós somos responsáveis pelos nossos cães, pela sua vida, seu bem-estar, sua saúde e também pela sua educação! Nós precisamos ensiná-los de forma clara e consistente, com respeito e paciência. Eles não nascem sabendo e nem adivinham o que gostaríamos que fizessem, devemos ensiná-los!
Como?
- Assuma a responsabilidade. Tenha consciência de que o cão não age como um humano, ele não age por “birra” ou “vingança”. Se ele aprendeu algo, provavelmente foi porque você incentivou, mesmo sem saber.
- Estabeleça regras claras. Se você não quer que seu cão suba no sofá não adianta uma hora deixa-lo subir e em outra não. Seja consistente. E isso vale para todas as pessoas na casa que convivem com o cão, não adianta você não deixá-lo subir no sofá e outra pessoa deixar..
- Faça uma análise do comportamento. Identifique os gatilhos e estímulos que levam a determinados comportamentos e tente alterá-los. Aqui entra a Tríplice Contingência que mencionamos mais acima. Essa análise é importante para saber por que os cães fazem o que fazem e para prevenir e diminuir comportamentos inadequados e estimular comportamentos desejáveis. Por exemplo, tente pensar na situação como um todo, o que motiva o cão a ter determinado comportamento? Um exemplo que enfrentei com a Joy: Antecedente: a Joy quer atenção / Comportamento: ela late para chamar minha atenção / Consequência: eu dou atenção e a Joy aprendeu que latindo ela consegue o que quer. Virou a maior latidora! Nesse exemplo vemos como o cão aprendeu um comportamento que pode ser indesejado em alguns momentos, porque eu como tutora incentivei o comportamento dando a ele a consequência que ele queria.
- Treine comandos básicos. Precisamos ensinar a eles o que queremos que eles façam de forma clara. Os treinos de comandos básicos são muito úteis para isso. Se inseridos na rotina do cão, os comandos têm um objetivo, não servem só para ser bonitinhos, apesar de serem. E o treino deve ser constante, diário. Apenas 10 minutos de treino de manhã e 10 à noite já fazem muita diferença. Você faz de acordo com a sua realidade e do seu cão, se você consegue só 10 minutos por dia, faça! Dê as consequências que o cão quer quando ele tiver comportamentos que você deseja.
- E talvez o mais importante, não tenha raiva e não brigue, esse tipo de atitude só atrapalha. Como já vimos também, o uso de aversivos e de métodos punitivos trazem mais problemas do que benefícios. Se você não souber como resolver um problema comportamental, contrate um profissional qualificado, mas tenha consciência de que o profissional não irá fazer tudo sozinho, ele irá te orientar a educar seu cão da melhor forma.
Você já tinha pensado dessa forma sobre o ensino de cães? A consciência dessa responsabilidade nos ajuda a estreitar nossa relação com nosso cão e melhora muito nossa convivência.
Leia também: Saiba a importância de ensinar comandos básicos ao cachorro
Curtiu as dicas? Conta pra gente nos comentários!