Você olha para seu doguinho e ele tá te olhando com aquela cara… O que significa?
Você já parou para pensar sobre o que se passa na cabeça de um cachorro? A melhor forma de fazer isso é esquecendo o que acreditamos saber sobre os cães (HOROWITZ, 2013), pois muito do que pensamos sobre eles está baseado em nós mesmos, ou seja, nós atribuímos a eles características e sensações tipicamente humanas, isso é chamado de antropomorfismo.
Nós usamos antropomorfismos para nos ajudar a entender o comportamento dos cães, mas o melhor seria interpretá-los com base no que eles realmente têm a capacidade de sentir, perceber e entender.
Então, como entender o cão?
A resposta está no conceito de umwelt, termo usado pelo biólogo alemão Jakob von Uexküll no início do século XX, que “captura o que a vida significa para o animal” (HOROWITZ, 2013). O mundo do cão é diferente do nosso, seus desejos, sentimentos e objetivos. Para entendermos a vida de qualquer animal devemos saber o que é importante para ele e como ele age no mundo!
E o que é importante para os cães?
Os cães, assim como todos os animais, possuem comportamentos que são próprios da espécie, são os chamados comportamentos naturais. São comportamentos que eles realizam e que trazem bem-estar a eles. Alguns exemplos são: roer, correr, brincar, cavar, farejar, explorar o ambiente, forragear (buscar por alimento). Tudo isso faz o cão gastar energia, se exercitar, aumenta o vínculo entre vocês e traz uma melhor qualidade de vida!
O problema está em não entendermos que a visão do cão sobre as coisas é diferente da nossa visão. Um cachorro vê “coisas caninas”, a ideia que temos de um objeto pode não ser a mesma ideia que o cão tem sobre ele. Por exemplo: uma cadeira que para nós serve para sentar, para o cão pode ser algo bem interessante para se roer ou um chinelo, que pode chamar muito a atenção de um cão por ter nosso cheiro nele!
Assim como nós, nem todos os cães são iguais. Alguns gostam mais de roer do que outros e tudo bem! Cada um tem as suas preferências, mas cabe a nós como tutores estimulá-los e dar a eles condições de praticarem alguns de seus comportamentos naturais com brinquedos apropriados para isso, pois se um cão que gosta de roer não tiver o que roer, ele vai encontrar algo e dependendo do que for você pode não ficar feliz com isso!
Claro que algumas vezes, mesmo com brinquedos, acontece algum “acidente”. A Pepper pegou meu chinelo e levou para mordê-lo bem ao lado do brinquedo de roer… quem está errado nesse caso: eu, que deixei o chinelo onde não deveria ou a Pepper, que viu algo com meu cheiro, que chamou sua atenção e pensou ser algo bom para fazer um comportamento que para ela é natural?
É muito importante conhecer esses comportamentos naturais e ter essa noção de mundo do cachorro, pois assim podemos proporcionar a eles as ferramentas corretas para expressarem quem são e ter a noção de que se aconteceu algum “acidente” como o que falei, não foi por “birra” ou vingança, mas porque provavelmente você deixou ao alcance do cão algo que não deveria ter deixado… já aconteceu comigo mais de uma vez =).
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