Carol é ativista pelos direitos dos animais e hoje nos conta sobre como shows com orcas são cruéis.
Você, um parente, um amigo.
Com certeza, algum conhecido já levou a família para passar as férias com ele.
Afinal, férias é sempre tempo de viajar, rever quem está longe, se divertir com a família.
Por ironia, não para ele.
Fazia muito tempo que ele não ia para casa.
Ele não via a família havia mais de 30 anos.
Talvez seus familiares acreditassem que ele não foi visitá-los por conta das úlceras estomacais, desenvolvidas ainda na infância. Quando criança, ele só era alimentado se fizesse alguma gracinha. Dessas que os pequenos fazem e a gente ri e aplaude. E, para que todos rissem e aplaudissem, ele era obrigado a fazer truques de hora em hora, 8 vezes por dia, 7 dias por semana.
Podiam achar também que ele não foi visitá-los por estar ocupado demais com os filhos – grande parte da população das redondezas carregam seus genes. Mas, na verdade, ele quase não teve contato com nenhum deles. Foram todos vendidos.
Ou, então, pensem que ele não tenha aparecido por ter vergonha do seu comportamento repetitivo anormal de mastigar portões de metal e paredes de concreto.
Não ficaram sabendo o quanto ele esteve doente.
Que, nos últimos anos, ele pouco se movia.
Que onde ele passou a maior parte da vida tem, aproximadamente, 0,0001% do tamanho de onde ele deveria ter vivido com a família.
Ele é Tilikum, uma orca capturada da natureza em 1983 aos dois anos de idade e, tempo depois, vendida como uma mercadoria a um parque de Orlando, nos Estados Unidos, que a explorou como tal até 2017 – quando morreu aos 36 anos, pelo menos 24 anos antes que sua expectativa de vida em habitat natural.
Não podemos fazer mais nada por ele. Mas ainda podemos fazer pelos mais de 45 exemplares da mesma espécie que ainda são explorados em parques marinhos por todo mundo:
Não visite orcas em cativeiro.
Veja também Por que não é legal nadar com golfinhos.