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Existe uma série de cuidados que os proprietários devem ter com seus animais, como dar amor e carinho, manter a vacinação em dia e oferecer uma ração de qualidade. Mas o que muitos ainda não sabem é a importância de castrar o gato.
Já ouvi diversas vezes que castrar o gato é ir contra sua natureza, mas infelizmente nossos gatos não são mais animais selvagens. Os gatos foram domesticados há muitos anos e, portanto convivem diretamente com os humanos. Esse convívio implica na aplicação de vacinas e no controle populacional e de doenças. Uma das maneiras de ter esse controle é realizando a castração dos gatos.
Como é realizada a castração
Cada veterinário escolhe qual técnica utilizará, mas todas implicam, nas gatas, na retirada dos ovários e do útero e, nos gatos, na retirada dos testículos. É realizada sempre sob anestesia geral e requer cuidados simples no pós-operatório. O tipo de anestesia é escolhido pelo veterinário anestesista e varia de acordo com cada animal.
Benefícios à saúde
A princípio pode parecer uma cirurgia de mutilação, mas não é. Com a retirada dos órgãos reprodutivos a taxa hormonal dos animais cai significantemente o que implica num série de vantagens para o animal. Fêmeas castradas apresentam baixa taxa de desenvolvimento de câncer de mama. Isso porque a maioria dos tumores de mama cresce em função da quantidade de hormônio no organismo. Infelizmente a maioria desses tumores nas gatas são extremamente malignos, com altas taxas de metástase e mortalidade. Além disso, gatas não castradas podem desenvolver hiperplasia mamária benigna e infecção uterina.
Os machos quando não são castrados saem mais de casa atrás de fêmeas no cio. Esses passeios acabam refletindo em brigas com outros gatos e consequentemente maior transmissão de doenças. Gatos não castrados, portanto apresentam maior chance de contrair, por exemplo, AIDS felina e esporotricose (doenças transmitidas por brigas).
Benefícios à saúde pública
A castração não traz somente benefícios à saúde dos gatos, traz benefícios à população humana. Com a esterilização o número de animais de rua diminui, ou pelo menos o crescimento populacional é reduzido, com isso as zoonoses (doenças transmitidas dos animais ao homem) também diminuem.
Quando deve ser feita a castração
É recomendado operar entre quatro e seis meses. Isso não significa que após esta idade é proibido castrar, mas antes da puberdade é que se previnem os problemas citados acima. Ainda não foram comprovadas complicações sérias em castrar antes dos quatro meses, mas é recomendado que se espere pelo menos completar as vacinas dadas na infância.
Outros métodos
Existem outros métodos de esterilização nos gatos. Nos machos existe a vasectomia, onde os testículos não são retirados. A diferença é que neste método não ocorre mudança comportamental e, portanto o gato continuará indo para a rua e possivelmente brigando com outros animais.
A injeção de anticoncepcionais nas fêmeas é extremamente perigosa e tem efeito em curto prazo. O problema destas aplicações é que o risco de câncer de mama aumenta significantemente e, muitas vezes, é aplicada sem que o proprietário saiba que a gata está prenha. Nesses casos há risco de aborto dos filhotes ou complicações durante o parto.
Conclusões
A castração é um ato cirúrgico e por isso sempre envolve riscos. Ao decidir realizar este procedimento em seu gatinho, verifique se as vacinas estão em dia e se ele se encontra em plena saúde. Para isso, consulte sempre um veterinário.
Se você tem dificuldade financeira para pagar uma cirurgia, procure na sua cidade as seguintes opções: mutirões da prefeitura, clínicas com baixo custo ou atendimento gratuito em hospital público. A cidade de São Paulo – SP possui essas três opções.
Estas informações são apenas para esclarecer possíveis dúvidas sobre castração aos proprietários. Nunca medique seu gato sem orientação de um veterinário.
Dra. Laila Massad Ribas
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