A chegada de Luisinho: em meados de junho, apareceu um cachorrinho muito magrinho aqui em casa.
Seus ossos estavam a mostra, ele tinha machucados pelo corpinho, um pelo opaco.
Ele me lembrava uma cachorrinha que perdi, a Maria Luiza.
A Chegada de Luisinho
Seu olhar era doce, ele não tinha maldade.
Era um machinho ainda filhote.
Comecei a tratar dele, como tenho muitos animais, pegar ele não era uma opção.
Estava já esfriando, o inverno se aproximava e eu resolvi dar algumas vitaminas para que ele ficasse fortalecido.
Sua comidinha era sempre caprichada, com caldo de carne.
Como ele não gostava muito de ração, misturava arroz e assim ele foi ganhando peso.
Ele vinha todos os dias, os cachorros latiam e eu via nas câmeras que ele havia chegado.
Às vezes meio fora de horário como meia noite, mas mesmo assim colocava comida e água para ele.
Ele tinha sua própria vasilhinha.
Em homenagem a Maria Luiza e a sua semelhança com ela, seu nome ficou sendo Luisinho.
Luisinho andava minha cidade inteira, mas sempre vinha comer.
Como o frio aumentou, coloquei papelão do lado de fora, uma cobertinha e até coloquei um cachecolzinho nele, que eu tirava de dia quando ele vinha comer.
O frio passou em agosto e Luisinho sumiu uns dias, fiquei muito preocupada.
Nesse momento já sabia que ele havia me conquistado.
Então ele voltou, mas não vinha comer na mesma frequência.
Certo dia apareceu com seu novo amiguinho Pedrinho, um vira-latinha pretinho, cabeludinho muito simpático e amoroso, que também passou a vir comer aqui em casa.
Eu esperava que juntos eles se protegessem, mas o Pedrinho passou a vir muitas vezes sozinho.
Por onde andava Luisinho?
Luisinho começou a aparecer de madrugada, sempre levantava e colocava comida, até que ele sumiu.
Eu continuava a tratar de animais de rua, inclusive de uma cachorrinha do vizinho, que as vezes com o portão de seus donos fechado vinha para porta da minha casa.
Sempre deixava água e comida, até que um dia, por volta das 11 horas da manhã, eu desci e tratei da Tigrete.
E fui limpar o segundo andar, quando de repente escuto um grito de cachorro.
Como eu tenho muitos animais, não consegui identificar de imediato de onde veio, fiz uma ronda aqui em casa.
Mas quando voltei para o segundo andar, notei uma movimentação na rua.
Atropelaram a Tigrete, que a pouco eu tinha tratado e tinha se deitado no trevinho, onde tem uma pequena pracinha para tirar um cochilo.
Acontece que ao ser atropelada ela correu para porta daqui de casa e estava agonizando.
Quando olhei para aquela cena, seus donos estavam com ela.
Mas pareciam já ter desistido, ela morreu em pouco tempo.
Eu chorei muito nesse dia, pois imaginava que esse poderia ter sido o fim do Luisinho.
E era o fim de tantos animais!
O retorno
Pedi muito a Deus naquele dia por notícias do Luisinho.
Eu já amava aquele cachorrinho, já sabia que ele era meu.
No outro dia minha mãe teve que ir para Belo Horizonte e sua carona saiu de madrugada, 2:30 da manhã.
Saí para abrir o portão e depois de meia hora, os cachorros latiram.
Sim! Era o Luisinho!
Montei uma vasilha de comida caprichada do jeito que ele gostava e fui recebê-lo.
Estava escuro, quando coloquei a vasilha ele não quis comer.
Ele chorava baixinho, olhei bem para ele e tomei um susto.
Estava todo machucado, sangrando, tinha apanhado, ou se envolveu em briga… não sei.
Ele tinha calombos pelo corpo de pancada, que a princípio eu não sabia se era berne.
Enfim, ele sentia muita dor, estava mancando e eu só pensava que não deixaria outro cachorro que veio até a minha porta morrer sem ajuda.
Coloquei ele pra dentro, dei um banho caprichado nele, sequei, ajeitei um cantinho, comida, água, mediquei e fiquei com ele até 6 da manhã.
Que foi quando ele parou de chorar sem dor.
Eu sem dormir e sozinha, cuidei de toda turminha.
Final feliz
E ainda me preparava para contar para minha mãe que tinha pego mais um cachorro.
Que era algo que tínhamos combinado, que não faríamos.
Ela aceitou de bom grado, também tinha ficado mexida com a morte da Tigrete, passado alguns dias em isolamento se recuperando e se adaptando.
Luisinho foi diagnosticado com doença do carrapato, estava com verminose, logo deveria ser tratado para depois ser vacinado.
Ele fez todo tratamento e hoje está bem e feliz.
Super adaptado em casa, um doce de menino que adora comer meus chinelos.
Muito educado, se dá bem com todos, porém seu melhor amigo é o gato Rajah, que eu já contei a história dele aqui no Blog.Petiko.
Tenho certeza que ele sempre pertenceu a essa família.
Apesar de sua semelhança com Maria Luiza, o seu jeitinho é igual ao da sua irmã Bibia, que eu sofri muito com sua perda.
Tem também um relato aqui no Blog.Petiko, falando da minha experiência com ela e sobre sua eutanásia.
O Luisinho tem o mesmo latido que o dela, gosta dos mesmos lugares que ela, tem pequenos gestos e carinhos que são iguais aos dela.
Me arrepio contando, porque de todas as perdas que já tive foi a mais sofrida.
E depois da chegada dele, parece que meu coração ficou mais leve.
E essa pessoal é a história do meu amado Luisinho, o novo membro da família.
Gostaram da chegada de Luisinho? Conta pra gente nos comentários caso também tenha tido uma história linda dessas! <3