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Orcas em Cativeiro: Mães que Não Podem Ser Mães

Conheça aqui a história das orcas em cativeiro: mães que não podem ser mães. Saiba mais sobre a orca Kasatka e sua vida em cativeiro.

Já conversamos nas colunas anteriores sobre por que shows com orcas são cruéis; saiba agora por que a realidade é ainda mais triste para as que são mães.

ORCAS EM CATIVEIRO: MÃES QUE NÃO PODEM SER MÃES

Foto: @dolphin_project

– Quantos filhos você tem?
– Três.

É o número que sempre respondo, já apresentando cada um: Rachel, a primogênita, uma labralata; Deloris, a do meio, uma gata vira-lata adotada já adulta; e Ben, o caçula, um humano.

Mãe não é mãe? Então, filho é filho. Não importa a espécie.

Ou, pelo menos, não deveria. Afinal, se fosse assim, a orca Kasatka poderia estar livre. E viva.

Capturada da natureza em 1978, com um ano de idade, Kasatka passou a maior parte da vida em um parque marinho de San Diego, EUA, mas foi transferida entre as unidades da marca por 14 vezes durante oito anos.

Ela é avó de Kyara, a última orca nascida em cativeiro no parque, que morreu em julho de 2017, aos 3 meses.

Também é mãe de Nakai, um dos frutos do sistema de reprodução artificial de orcas da empresa. Apesar das tentativas ferozes de Kasatka em ficar com o bebê, Nakai foi mantido em um tanque separado, com orcas incompatíveis, e acabou perdendo um pedaço da mandíbula depois de ser atacado pelos outros animais.

Era comum, sempre que ouvia o chamado dos filhos, Kasatka ficar mais agressiva, dispersar do treinamento e ir para o portão de ferro que os separava ou nadar irritadamente em círculos na piscina.

O que é perfeitamente compreensível, já que, na natureza, os filhos acompanham suas mães orcas por quase toda a vida.

Foi esse, inclusive, o motivo do terceiro ataque dela ao treinador Ken Peters, em 2006, um dos mais lembrados da história do parque depois da morte da treinadora Daw Brancheau.

Depois de ouvir Kalia, seu outro bebê, chorando em uma piscina isolada, Kasatka atacou Peters durante uma apresentação, arrastando o treinador repetidamente para o fundo da piscina.

E Peters sobreviveu. Kasatka morreu em agosto de 2018, depois de quase 40 anos vivendo em cativeiro e 20 anos antes de sua expectativa de vida na natureza, que varia dos 60 aos 90 anos.

Retirada da mãe, separada do filho, desconhecida da neta: Kasatka era filha, mãe e avó. Mas não pôde ser.

Você sabia como é a vida das orcas mães em cativeiro? Já foi em algum parque aquático com orcas? Deixa aqui embaixo nos comentários!

Escrito por Carol Zerbato

Escritora, publicitária e ativista pelos direitos dos animais, Carol Zerbato já foi locutora e repórter; trabalhou com comunicação corporativa e assessoria de imprensa; e atuou como redatora e revisora. Foi uma das embaixadoras da campanha contra a Leishmaniose Canina e é uma das madrinhas do Santuário de Elefantes Brasil. É autora do livro Ativismo Consciente: A importância da Inteligência Emocional na Causa Animal, criadora da Cachorra Carol, palestrante e mãe de três filhos: Rachel, a mais velha, uma labralata; Deloris, a do meio, uma gata vira-lata; e Ben, o caçula, um humano.

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