Todo comportamento que um animal apresenta é um comportamento natural instintivo, porém em condições desfavoráveis para que ele expresse seus comportamentos naturais e suas necessidades básicas fisiológicas, físicas e mentais, esses comportamentos podem se tornar um problema.
A maioria das pessoas compra ou adota um cão por impulso, sem antes conhecer o comportamento da espécie ou para que a raça foi desenvolvida. Muitas vezes os tutores humanizam e tratam o cão como uma criança, e ainda querem que este se mantenha limpo, em silêncio, e que aprenda tudo por “telepatia”.
Porém, um animal não é uma criança, e não está preparado para se tornar uma; assim, acaba sendo recompensado sem querer pelo seu “mau” comportamento. Os próprios problemas de comportamento de um cão dizem muito sobre as necessidades dele e devem ser observado com cuidado para entender seu verdadeiro motivo.
Saiba como resolver os problemas comportamentais
A maioria dos problemas comportamentais desenvolvidos pelos cães foram ensinados, recompensados e estimulados (muitas vezes imperceptivelmente) pelos próprios tutores que, por não compreenderem a maneira como os cães se comunicam e aprendem, acabam tratando-os de maneira errada, consequentemente causando problemas como ansiedade, hiperatividade, agressividade, fobias, dentre outros.
Os problemas comportamentais têm três origens: conflito, frustração e medo. Um mau comportamento é apenas um sintoma de uma das três causas acima. Consequentemente, apenas tratá-lo isoladamente não resolverá o problema na origem.
O comportamento que desagrada o tutor pode desaparecer, mas logo o cão encontrará uma nova válvula de escape para extravasar a frustração e/ou o conflito, gerando um novo comportamento nocivo, algumas vezes pior que o anterior.
Geralmente os gatilhos dos problemas comportamentais são: genética, falta de socialização, experiências negativas, hormônios, excesso de humanização, recompensa involuntária, falta de liderança e energia acumulada.
Entender completamente os problemas mais comuns do comportamento dos cães é o primeiro passo para a resolução e a prevenção. É possível distinguir os comportamentos normais dos cães daqueles que são uma consequência de uma doença ou de algum tipo de distúrbio.
Os problemas comportamentais mais comuns em filhotes são: choro e latidos excessivos; necessidades; e mordidas excessivas e destruição de objetos.
Choro e latidos excessivos
Quando levamos um filhote para casa, estamos o separando de tudo o que ele conhece em sua vida – a mãe, os irmãozinhos e o ambiente em que se encontra.
Então, é natural que o cãozinho se sinta ansioso e inseguro quando fica sozinho nesse lugar novo, com barulhos e cheiros diferentes.
Para deixá-lo mais tranquilo, podemos manter o animalzinho perto da gente o máximo de tempo possível, permitindo que ele circule e brinque no ambiente em que a família ou você se encontra.
Nos primeiros dias, recomendamos que ele durma no mesmo quarto que você ou alguém da sua família, até que ele se sinta mais confortável em sua casa. Para evitar acidentes e bagunça, você pode usar um cercadinho para limitar o espaço de circulação do filhote durante a noite, com um tapete higiênico, pote de água, brinquedos e a caminha.
Nas horas do dia em que ele inevitavelmente terá que ficar sozinho, prepare o ambiente de sua casa com muitos brinquedos, assim o cãozinho terá com o que se distrair e não ficará tão ansioso esperando a sua volta. Para entretê-lo ainda mais, coloque alguns petiscos nos brinquedos para que ele se divirta tentando pegar a comida que está lá dentro.
Ao sair para passar muitas horas longe de casa, é comum que muitos tutores se sintam culpados de deixar o filhote sozinho por muito tempo. Por isso, ficam dando muita atenção e carinho ao animal antes de sair (como forma de pedir desculpa) e ao retornarem para casa, fazem uma grande festa. Porém, esse comportamento pode gerar ainda mais ansiedade.
O ideal é tornar natural esses momentos de afastamentos, para que o filhote entenda que isso é algo comum e sem grande importância. Então, antes de sair e ao voltar para casa, aja de forma tranquila, mesmo que o ele fique muito feliz em te ver. Espere alguns minutos para que ele se acalme e só então brinque e faça muito carinho nele.
É importante dosar a sua resposta ao choro do filhote. O motivo disso é que esse comportamento do animal pode estar ligado à necessidade de receber atenção. Ou seja, ele percebe que, ao chorar, você se aproxima, interage e o mima. Logo, ele associa esses momentos com algo positivo para si e passa a repeti-lo sempre.
Como o cãozinho está em processo de adaptação e reconhece você como parte do grupo, sentido-se mais seguro e tranquilo ao seu lado, é de extrema valia que a cama dele tenha o seu cheiro. Uma forma simples de fazer isso é utilizar alguma peça de roupa sua.
Pode ser uma peça velha de roupa que você nem mesmo usa mais, não importa.
Basta pegá-la no guarda-roupa e dá-la ao cão para que fique no local em que ele dorme e ele possa, inclusive, se enrolar nela. Dessa forma, o cãozinho sempre sentirá sua presença, mesmo que você não esteja, de fato, ali.
Por último, se o choro persistir e você identificar que o som emitido por ele torna-se cada vez mais agudo, não deixe de levá-lo a um veterinário. O acompanhamento médico é indispensável para identificar doenças ou outros problemas físicos.
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