Eu sempre digo que não me considero apenas uma tutora de cães; sou de mãe de pet com orgulho, e essa escolha foi algo consciente. Não foi fruto da impossibilidade de ser mãe de seres humanos ou de qualquer frustração.
Graças ao perfil da Doralice (@doralicepequines) e ao perfil do Teodoro (@teodorobbb), tenho tido a oportunidade de conhecer muitos pais de pets; tutores muito acima da média que amam seus cães e gatos como filhos e se desdobram para lhes oferecer o melhor: não apenas amor, mas também qualidade de vida.
Assim, pensando na questão de determinadas escolhas para garantir a qualidade de vida, decidi ter uma conversinha nada fiada com Ana Carolina Tossato, amiga querida e tutora de cinco cães da raça spitz alemão: Snoopy, Crystal, Charlotte, Stuart e Catarina (do perfil @snoopy_charlotte_pomaranians).
Conversinha Nada Fiada de Hoje: Responsabilidade de Ter Uma Grande Família
Médica pediatra neonatologista, Ana não tem filhos humanos, mas se considera “mãe de pet” de cinco cãezinhos muito bem cuidados. Nem sempre é fácil essa posição, porque muitas pessoas ainda imaginam que a decisão por ter animais no lugar de filhos humanos parte de mulheres frustradas que, de alguma maneira, usam os pets como muletas.
Essa é uma generalização descabida e, em muitos casos, não tem o menor fundamento. Aliás, Aninha me contou que não costuma ser julgada e que se sente muito bem resolvida com a ideia de ter “uma grande família canina”.
Diante de tanta dedicação e amor, perguntei o que a levou a ter o primogênito da família, o Snoopy, de 8 aninhos, e em que momento Ana se deu conta de que era mais do que uma tutora comum. Sempre delicada, Aninha respondeu que, após o casamento, ela e o marido começaram a estudar sobre algumas raças que se encaixariam no perfil do casal: “Assim que o Snoopy chegou, despertou em mim um amor incrível! Já sabia que ele era meu filho, não apenas um cachorro”.
Ana Carolina me contou que nunca aumentou a família por impulso: “Charlotte, a segunda a chegar, veio, pois sentíamos que Snoopy precisava de uma companhia da mesma espécie. Stuart, Crystal e Catarina chegaram porque nos apaixonamos por eles à primeira vista. Mas, em todas as ocasiões, planejamos a chegada consultando o tempo e os recursos disponíveis para recebê-los”.
Particularmente, acredito que seja necessário muito mais do que amor para ter vários pets. É muito comum vermos pessoas adotando ou comprando animais por impulso, carência, motivações circunstanciais e não tendo condições de oferecer qualidade de vida a esses peludinhos. No primeiro problema que acontece, querem terceirizar responsabilidades… E gastos!
Com relação a esse assunto, Aninha foi categórica: “Sabe aquela história: Onde comem dois, comem três? Isso não é verdade. É preciso muito planejamento. Imprevistos acontecem. Não adianta contabilizar apenas gastos com ração e vacinas. Existem consultas de urgências, às vezes cirurgias, medicamentos… Se não puder garantir tudo isso a mais de um pet naquele momento, o melhor é esperar”.
Sim! Por mais calmos, educados e comportados que sejam, cães e gatos dão trabalho, gastos e exigem dedicação diária — atenção, interação e amor. Com relação a esses cuidados cotidianos, Ana comentou o que não pode faltar na rotina dela num dia habitual: “Os cuidados diários envolvem a escovação dos dentinhos, higiene periocular e escovação dos pelos. Procuro fazer enriquecimento ambiental com pelúcias, recheáveis e brinquedos de nylon. O trabalho que tenho, acredito ser o esperado para quem opta por ter cinco cães. Ou seja, dão trabalho sim!”.
A propósito, Ana também me contou que procura manter uma rotina bem definida, porque isso a auxilia no manejo da turminha e impede que algum dos peludinhos receba mais atenção do que os demais. Concordo com ela e acredito muito que estabelecer uma rotina equilibrada é essencial na vida dos nossos pets e que os beneficia muito, porque, afinal de contas, os ajuda a saber o que esperar de cada dia.
Mas nem tudo são flores numa grande família! Quando se tem cinco cães, é difícil sair com todos ao mesmo tempo, e Ana relatou que precisa de ajuda não só para passear com a matilha toda, mas durante as viagens — ocasiões em que o pai dela fica em sua casa para garantir o bem-estar da turminha. Ou seja, ter vários cães precisa ser uma decisão ponderada.
De acordo com a própria Ana, o conselho é pesar os prós e contras antes de trazer novos membros para casa: “Agir por impulso nunca é a melhor opção. Imprevistos acontecem e podem ocorrer com todos ao mesmo tempo! Será possível manter a rotina de passeios, de enriquecimento ambiental, de atenção, cuidados, alimentação de qualidade para todos os peludinhos?”.
Aninha não é apenas uma boa tutora — sem dúvida, é uma mãe de pet! E, para mim, “pais de pet” não são pessoas que chamam seus animais de filhos, mas que buscam ser tutores acima da média; tutores excelentes. Ana mesma me disse com relação ao tutor excelente: “Ele se esforça para ter um cãozinho equilibrado emocionalmente, pois sabe que assim serão mais felizes juntos. Ele enxerga seu animalzinho como uma eterna criança que precisa ser cuidada, amada e respeitada sempre! Diante dos imprevistos, abraça a causa e não abandona jamais!”. Eu pergunto a você: existe alguma dúvida de que precisamos de mais tutores como Ana no mundo?
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