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Pets e o Cigarro: Não Cometa Este Erro

Se você fuma próximo do seu animal, cuidado: ele acaba sendo um fumante passivo.

Fonte: UOL Notícias

Um número crescente de pesquisas mostra que não há níveis seguros de exposição ao fumo passivo – para humanos ou para animais. E um novo estudo mostra que quase 30 por cento dos donos de animais vivem com pelo menos um fumante.

Pets e o cigarro: não cometa este erro

Fonte: Pixabay

O tabagismo passivo não só prejudica a saúde humana, mas também representa um perigo potencial para animais de estimação. 

Uma pesquisa recente realizada por uma equipe da Universidade de Glasgow descobriu que cães, gatos e pequenos animais, como porquinhos-da-índia e aves, podem estar tão expostos ao risco do fumo passivo quanto as pessoas. 

Muitos animais gostam de se aconchegar com seus donos ou ficar perto, então eles respiram mais fumaça como resultado da aproximação. Eles costumam passar mais tempo na casa do que seus donos, descansando em carpetes e móveis cobertos de partículas cancerígenas. 

Essas partículas também podem se depositar na pele do animal, fazendo com que os animais de estimação – especialmente os gatos – possam ingeri-los enquanto se limpam. Além dos riscos, o cheiro da fumaça do tabaco também pode ser desagradável para os animais de estimação, pois tem o olfato bem desenvolvido em relação ao nosso.

O cigarro contém muitas substâncias cancerígenas e isso não é uma novidade para você, não é mesmo?!

A nicotina, o alcatrão e o monóxido de carbono são apenas alguns dos carcinogênicos encontrados na fumaça do cigarro. Infelizmente, aqueles que sofrem de doenças provocadas pela exposição passiva à fumaça do tabaco são vítimas inocentes da escolha do fumante de se envolver em um comportamento de alto risco e viciante. 

Este risco não se limita aos membros da família humana que compartilham uma casa com um fumante: ele se estende aos nossos pets também.

Consequências para os cães 

Cães sofrem de doenças relacionadas ao tabagismo semelhantes aos seres humanos, como câncer e doenças pulmonares. Usando métodos sofisticados de medição da função pulmonar, os pesquisadores identificaram maneiras pelas quais o fumo passivo pode contrair as vias aéreas e possivelmente aumentar a produção de muco em cães. 

A exposição ao fumo passivo também pode ter outros efeitos negativos na função respiratória canina. Por exemplo, biópsias retiradas das traqueias de cães com exposição confirmada ao fumo passivo mostram um acúmulo de depósitos de carbono.

Acúmulo de carbono é exatamente o que é visto nos pulmões dos fumantes e parte do que leva ao desenvolvimento de câncer de pulmão em fumantes. Isto é apenas mais uma prova de que o seu cigarro está afetando a saúde do seu cão!

Fonte: Pixabay

A exposição à fumaça do tabaco também contribui para um risco aumentado de doença em cães. Por exemplo, o risco de desenvolver câncer nasal aumenta quando os cães são expostos ao fumo passivo. 

Alergias e coceiras são dois dos motivos mais comuns pelos quais os dermatologistas veterinários tratam cães, mas você sabia que o risco de um cão desenvolver doenças alérgicas na pele também aumenta com a exposição à fumaça ambiental? 

Os cientistas também descobriram que os cães com a forma mais comum de doença cardíaca canina, e que também são expostos ao fumo passivo, sofrem maiores níveis de dano aos vasos sanguíneos do coração.

Finalmente, o interesse pelos efeitos da exposição ambiental à fumaça em cães é internacional, e os pesquisadores descobriram que alguns dos efeitos ocorrem no nível do DNA do seu cão. Veterinários colombianos e japoneses identificaram uma variedade de mudanças no DNA de cães expostos ao fumo passivo. 

Eles descobriram que as alterações no DNA são semelhantes às dos seres humanos e que estão associadas à doença pulmonar e ao enfisema induzidos pelo fumo, bem como ao câncer.

Consequências para os gatos

Embora saibamos menos sobre os efeitos do fumo passivo ou da exposição ambiental ao tabaco em gatos, o que se sabe é preocupante.

Linfoma (câncer do sistema linfático) é o tumor mais comum em gatos de estimação, e a exposição ao fumo passivo parece aumentar o risco de um gato desenvolver essa doença. 

Fonte: Pixabay

Em estudos, os gatos com os mais altos níveis de exposição à fumaça ambiental mostraram um aumento correspondente no risco de desenvolvimento de linfoma.

O câncer na boca é uma das malignidades humanas comuns resultantes do uso do tabaco. Infelizmente, anos de exposição à fumaça ambiental têm sido associados a um risco aumentado de carcinoma em gatos pertencentes a fumantes também. 

Biópsias de tumores na boca de gatos com mais de cinco anos de exposição à fumaça ambiental demonstraram a presença de uma mutação genética comumente associada aos efeitos carcinogênicos do tabagismo em humanos.

Texto relacionado: 7 coisas para NUNCA fazer com seu gato

O que posso fazer para proteger meu animal de estimação se eu fumar?

Não fumar em torno de seu animal de estimação é a única maneira de protegê-los completamente. Fumar ao ar livre ajudará ou ter uma sala diferente (que seu animal não entre) reduzirá a quantidade de fumaça que eles inalam, mas não resolverá o problema, pois as partículas ainda permanecerão em suas roupas e em qualquer mobília próxima. 

Boa ventilação para evitar a estagnação do ar esfumaçado é crucial e a aspiração regular de móveis macios também ajudará a diminuir a quantidade de partículas potencialmente perigosas em casa.

Lembre-se especialmente de não fumar enquanto abraça seu animal de estimação no colo ou enquanto estiver dirigindo com ele no carro. A boa notícia é que sabemos que se você parar de fumar, o dano dos cigarros diminui com o tempo, então vamos esperar que diminuir a exposição do seu animal ao fumo passivo faça o mesmo. 

Mas, melhor ainda, use as informações científicas convincentes que compartilhei com você aqui para parar de fumar para sempre e proteger a saúde de seu amado animal de estimação – e também o seu próprio bem.

Referências

MORALLES, Érika Negri. Estudo dos efeitos mutagênicos do tabagismo passivo em cães. Tese de Doutorado. Universidade de São Paulo.

FOLTS, JOHN D.; BONEBRAKE, FRANK C. The effects of cigarette smoke and nicotine on platelet thrombus formation in stenosed dog coronary arteries: inhibition with phentolamine. Circulation, v. 65, n. 3, p. 465-470, 1982.

AVIADO, Domingo M.; SAMANÉK, Milan; FOLLE, Luis E. Cardiopulmonary Effects of Tobacco and Related Substances: I. The Release of Histamine During Inhalation of Cigarette Smoke and Anoxemia in the Heart-Lung and Intact Dog Preparation. Archives of Environmental Health: An International Journal, v. 12, n. 6, p. 705-711, 1966.

HERNANDEZ, J. A. et al. Pulmonary parenchymal defects in dogs following prolonged cigarette smoke exposure. American Review of Respiratory Disease, v. 93, n. 1, p. 78-83, 1966.

Healthy Pets

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Escrito por Diego Marques

Sou estudante de medicina veterinária na Universidade Estadual do Maranhão (UEMA), tenho vontade de seguir na área de clínica de pequenos animais. Também sou diretor de marketing na Liga de Oncologia Veterinária da UEMA e criador de todas as redes sociais do "Diário de um veterinário".

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