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Por Que Adotar um Animal Adulto

Já pensou em adotar um animal adulto? Não? Carol nos conta sobre o preconceito em adotar um pet já adulto.

Lembro que, quando ela chegou, eu fiquei apavorada.

Tinham me avisado que ela poderia demorar a se adaptar e ficar até sem comer por alguns dias.

Ficaria bem em casa quando eu saísse para trabalhar no dia seguinte? Demoraria para se adaptar? Se estressaria por causa da mudança constante de ambiente?

Apesar de todas as minhas inseguranças, Deloris, minha gata vira-lata adotada com quase dois anos de idade, se mostrou mais segura do que eu: já no primeiro dia, explorou a casa inteira e comeu meio potinho de sua ração preferida; no dia seguinte, dormiu feito um anjo.

Por que adotar um animal adulto?

Adotar um animal adulto é, em muitos casos, mais indicado do que adotar um filhote. Cães e gatos mais novos demandam mais tempo e mais energia. Além disso, ainda não têm seus temperamentos formados e portes muito bem definidos – podem ficar maiores do que o adotante espera, variante responsável por grande parte do número de abandonos e devoluções. Não deveria ser motivo para se desfazer de uma vida, mas, nas estatísticas, é.

@cachorracarol

O preconceito com animais mais velhos vai ainda mais longe. Muitos adotantes preferem não cogitar a hipótese, porque acreditam que adultos não são mais capazes de aprender ou se adaptar à rotina da casa. Independentemente dos argumentos científicos que comprovam ambas capacidades, basta nos colocarmos no lugar dos animais mais velhos: por acaso, você parou de absorver informações ou se tornou incapaz de aprender coisas novas quando passou dos 18 anos? Não. Com eles, funciona da mesma maneira.

Hoje, de acordo com dados coletados em 14 de janeiro deste ano, dos 114 animais disponíveis para adoção no Centro de Controle de Zoonoses de São Paulo, todos – todos – são adultos, idosos ou senis. E o prognóstico não é dos melhores: a maioria, abandonada entre dois e sete anos, nunca saberá o que é um lar.

Se você quer adotar um cão ou um gato, dê uma chance para um animal adulto: http://euadotonoccz.prefeitura.sp.gov.br.

O corpo envelhece, mas o amor, não.

Confira outro texto de Carol em que ela fala sobre Por que não é legal nadar com golfinhos?

 

Escrito por Carol Zerbato

Escritora, publicitária e ativista pelos direitos dos animais, Carol Zerbato já foi locutora e repórter; trabalhou com comunicação corporativa e assessoria de imprensa; e atuou como redatora e revisora. Foi uma das embaixadoras da campanha contra a Leishmaniose Canina e é uma das madrinhas do Santuário de Elefantes Brasil. É autora do livro Ativismo Consciente: A importância da Inteligência Emocional na Causa Animal, criadora da Cachorra Carol, palestrante e mãe de três filhos: Rachel, a mais velha, uma labralata; Deloris, a do meio, uma gata vira-lata; e Ben, o caçula, um humano.

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