Olá, eu sou a Fernanda, mamãe dos @ursinhoschowchow e Líder da Matilha Brasil! E nesse post vamos falar sobre ESAN com foco sobre raças ideias para cães de apoio emocional.
Quero contar como os ursinhos Prince e Maya entraram na minha vida e quebrar alguns mitos com vocês. Vamos lá?
Conheça mais sobre as raças ideias para cães de apoio emocional.
O que é um Animal de Apoio Emocional?
O nome ainda não é tão conhecido, mas o animal de apoio emocional, ou ESAN, é um pet como outro qualquer em casa. Porém, ele tem uma missão especial: ser um terapeuta na vida do seu tutor, auxiliando e sendo parte do tratamento para doenças como ansiedade e depressão.
Um animal de apoio emocional entrega leveza, autoestima, amor e qualidade de vida, sendo um apoio de verdade para quem luta contra problemas psicológicos.
E não é tão difícil de imaginar o quanto esses benefícios são importantes. Basta pensar em como somos bem recebidos em casa depois de um dia longo de trabalho, que fica fácil entender o valor disso para quem já está com o emocional fragilizado, certo?
Nesse contexto, há uma confusão entre animais de apoio emocional e cães terapeutas. Ambos ajudam o ser humano com sua sabedoria, carinho e terapia animal.
Mas em situações e modos diferentes! Isso porque o cão terapeuta tem um treinamento específico e exerce sua função em locais específicos também, como hospitais, creches e asilos. Enquanto o Animal de Apoio Emocional (ESAN) é terapeuta de um humano só (habitualmente), sendo aliado e fiel escudeiro do seu tutor.
Características de um bom pet para apoio emocional
Normalmente o pet escolhido para apoio emocional é um cachorro. Mas nada impede de ser um gatinho, por exemplo.
Aliás, ao contrário do trabalho de “cão terapeuta”, alguns países trazem espécies bem diferentes para essa missão, pois o que importa é a criação de um bom relacionamento com efeitos psicológicos positivos para ambos.
No meu caso, a escolha também foi por cães e por isso é nesta espécie que vamos focar nesse artigo.
E não, um cão de apoio emocional não passa por um treinamento exclusivo e focado na sua missão de ESAN, como acontece com outros cães de trabalho, como cão guia, cão terapeuta, cão de guarda, etc. O apoio emocional é construído na relação humano-cão, é algo muito mais íntimo do que técnico.
Porém, é importante que o animal tenha algumas características para que ele possa desempenhar a sua função de forma agradável e com qualidade de vida para o animal também.
De forma alguma um animal exercer suas funções sem visar o seu bem-estar. Por isso, para ser um cão de apoio emocional, é importante ser um animal:
- Socializado, que goste de pessoas.
- Dessensibilizado ao toque ou barulhos.
- Com energia compatível ao ritmo e estilo de vida do tutor.
- Que conheça comandos básicos para bom relacionamento e deslocamento.
Isso porque o ideal é que o pet esteja pronto para acompanhar seu tutor para onde ele for e precisar da companhia e apoio do seu ESAN. Por exemplo, visitas ao shopping, eventos, viagens, locais urbanos ou rurais, que esteja acostumado a andar de carro ou longas caminhadas, suporte bem passar o dia na rua, aceite o convívio com humanos diferentes etc.
Então não é um treinamento específico e padrão, mas sim um preparo para esse cão desde filhote, para a sua rotina e o seu estilo de vida.
Quem pode ter ou precisa de um?
Ao contrário de um cão guia, onde o preparo e graduação desse animal exige muita técnica e investimento público e por isso existe toda uma burocracia necessária para que a pessoa receba esse cão, o Cão ESAN não precisa de nada disso.
Sempre que um médico recomenda o auxílio de um cão de apoio emocional no tratamento, basta que o humano pesquise por qual animal ele considera ideal para si e para a sua rotina de vida e que o treine desde filhote para que ele exerça essa função com tranquilidade.
E nesse treinamento pode ser interessante sim ter o auxílio de um adestrador, para que o pet também esteja equilibrado e aprenda comandos importantes para vocês de forma correta e positiva.
Sendo assim, na verdade, qualquer pessoa pode ter um cão de apoio emocional se, em conjunto com seu médico, considerar que este pode te auxiliar a viver melhor e superar problemas.
E a única ressalva está para a necessidade de documentos comprobatórios da qualificação do animal como ESAN, para aquele frequente lugares públicos fechados e não necessariamente pet friendly para animais domésticos comuns, mas que para você seja importante ter a presença daquele pet contigo. Tais como cinemas, restaurantes, viagens aéreas, de ônibus ou navio, etc.
Raças comuns de ESAN
A escolha do pet ideal é muito mais uma definição do novo tutor do que de ‘raças recomendadas’. Afinal, como eu disse antes, é importante ser um pet que tenha o mesmo ritmo do humano, para que formem um dupla parceira o tempo todo.
Normalmente vemos 2 raças com maior destaque como cão de apoio emocional: o spitz alemão e o golden retriever. Porém, quando analisamos essas raças, não é difícil perceber que pode ser que não sejam as raças ideias para todo mundo, devido ao grau de energia que, geralmente, esses animais possuem.
O objetivo do cão de apoio emocional é que a dupla formada por ele e o seu tutor seja de um convívio intenso e super positivo para ambos.
Por isso, escolher o animal certo é muito importante para que não crie ansiedade no próprio pet por excesso de energia acumulada, ou por estafa visto ser um animal de baixa energia para uma rotina humana insana.
Spitz e Goldens são lindos, fofos, muito sociáveis, adoram passear e de conviver com o ser humano (pelo menos a maioria deles, não podemos generalizar, ok?), o que faz deles escolhas assertivas em muitos casos.
Mas pode ser que o cão de apoio emocional seja para alguém mais reservado, de rotina mas domiciliar ou para um idoso que pouco se movimenta, por exemplo. Nesses casos, talvez um golden não seja o ideal.
O meu caso era algo parecido com isso. Eu tenho uma rotina muito indoor por trabalhar em home office e ter uma carga horária de trabalho muito grande. Por isso, mesmo achando golden retrievers e border collie lindos de viver, eu tinha consciência de que não seriam animais ideais para a minha rotina atual.
Nossa experiência com chow chow apoio emocional
Após a recomendação do meu médico para que eu tivesse um animal como suporte emocional para combater a solidão de morar sozinha e trabalhar home office, passei a buscar conhecimento sobre esse tipo de terapia (até então desconhecida para mim) e entender quais cães seriam ideias para mim. Nessa jornada eu tinha alguns pontos de partida:
- Uma alergia a pelos que restringia muito as raças possíveis, inclusive a maioria dos SRD.
- Eu sempre gostei muito de cães médios a grandes, (devido ao costume dos animais que tive na infância vivendo em chácara), por isso a ideia de um pet pequeno não me atraia muito.
- Minha rotina é muito estática, dentro de casa, com trabalho de até 16hs e muitas vezes invadindo o final de semana. Logo, um cão com alta energia era inviável.
- Eu trabalho dentro de casa e preciso de concentração e silêncio para criar conteúdo, muitas vezes audiovisual. Por isso, um cão latidor demais não seria interessante.
- Por fim, algumas realizações pessoais seriam importantes nessa escolha, visto ser um momento de vida onde as obrigações me sufocavam e afundavam em depressão. Por isso um cão bem peludo e fofo era importante, por ser um sonho de infância.
Seguindo todos esses direcionamentos e necessidades, cheguei numa raça improvável, o chow chow! A fama é de um cão agressivo, independente, que não gosta de carinho e é anti social. No fundo, há um grande preconceito com raças de cachorro, do chow chow ao pitbull, passando por cães de pelagem preta e SRD, infelizmente…
Chow Chow como cão de apoio emocional
Se analisarmos o temperamento e aspecto do chow chow, ele é um cão perfeito para as minhas necessidades, veja só:
- Um animal médio, como eu queria.
- Silencioso, de baixa energia e muito limpo, ótimo para passar o dia todo em casa comigo, sem necessidade de muitos passeios ou dedicação em muitas brincadeira.
- Bem peludo e fofo, como eu sonhava, mas com uma textura de pelagem que não me causa alergia.
- Um animal fiel, companheiro e carinhos SIM, como eu precisava naquele momento e até hoje.
- E ao contrário do que diziam, sociável, que gosta de passear, gosta de pessoas, de crianças e que nunca atacaram ninguém.
Na época eu adotei um casal de chow chow filhotes, irmãos de mesma ninhada que estavam para doação numa comunidade, já desnutridos e correndo risco de vida.
Desde o começo me preocupei com a saúde, educação e socialização deles com outros cães de portes diferentes, com adultos e crianças. Também passeavam comigo em locais diferentes para que se acostumassem a estar longe de casa e se divertirem comigo.
Em dado momento, percebi que eles precisavam de mais treinamento e não só por mim, mas pela qualidade de vida deles também. Foi quando veio o adestramento positivo que foi incrível para eles e para mim, deixando-nos como um trio incrível, dentro e fora de casa, numa convivência intensa de amor, companheirismo e apoio emocional.
Nunca fui atrás das documentações necessárias, até hoje não precisei disso. Nossas viagens até o momento foram de carro (e são incríveis, inclusive), bem como os passeios sempre priorizo ir em locais que eles serão bem vindos, pois o bem-estar deles é importante para eles e para que eu me sinta bem também.
4 anos depois, tenho um casal de chow chow apoio emocional, não uso mais nenhuma medicação contra ansiedade e depressão, mudei todo meu foco profissional, relações pessoais com o apoio deles e sou imensamente mais feliz.
E eles? Hoje estão lindos, saudáveis, bem alimentados, educados, mimados e felizes. Amam ficar perto, trabalhar comigo e brincar… Aliás, é só ver essa fuça linda com as pelúcias do BOX.Petiko para constatar!
E você também tem um pet de apoio emocional? Conte sua história aqui nos comentários ou lá no Instagram dos @ursinhoschowchow!