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Bem-estar animal e sua importância
Muito se fala sobre qualidade de vida e bem-estar e é crescente o interesse e a valorização do bem-estar animal, mas você sabe o que quer dizer? Do que um animal realmente precisa para ser feliz?
Conheça melhor o bem estar animal
O que é bem-estar animal
A preocupação com o bem-estar animal começou há algum tempo. O termo foi citado pela primeira vez em 1965 na Inglaterra em um comitê criado para investigar sobre a vida dos animais nas fazendas, o Comitê Brammel. Isso aconteceu após o lançamento do livro “Máquinas Animais” da veterinária e jornalista Ruth Harrison, que denunciou o sofrimento desses animais. O comitê investigou e reconheceu que os animais podem experimentar dor, sofrimento e emoções como raiva, stress, medo, frustração e prazer e a partir disso foi também criada a Declaração Universal dos Direitos dos Animais, em 1993.
Não há um consenso sobre o conceito, mas o mais aceito é o de Donald Broom (1986), que definiu bem-estar animal como o estado de um animal em relação as suas tentativas de se adaptar ao meio em que vive. Essa definição foi expandida pelo próprio Broom que afirmou que os sentimentos têm valor adaptativo e por Duncan (1993) que afirmou que o bem-estar depende de como o animal se sente. Resumindo, o bem-estar animal se refere à qualidade de vida englobando aspectos físicos, ambientais, mentais e emocionais.
Broom também afirmou que o bem-estar é algo inerente aos animais e não algo que nós podemos oferecer a eles. Mas nós podemos, e devemos, oferecer condições para que os animais se adaptem ao ambiente da melhor forma possível!
Segundo a palestra dada pela médica veterinária Dra. Cristiane Pizzutto no evento Pet Comportamento da Pet South America (2020), além dessa adaptação é importante que o animal também prospere no ambiente em que vive, ou seja, que ele experimente mais sensações boas do que ruins em sua vida Para isso, devemos conhecer as espécies e seus comportamentos naturais (falarei sobre isso em outro artigo ainda) e enxergar sob a ótica do animal para criar condições adequadas e especificas para cada um e uma das formas de se trabalhar a essência de cada espécie é com o enriquecimento ambiental!
Ainda há muita gente que fica com dó de ver o pet comendo em um comedouro lento ou em uma bolinha dispenser, mas isso é essencial para que o animal experimente sensações diferentes e para que ele expresse seus comportamentos naturais. Além disso, foi comprovado que os animais preferem trabalhar pelo alimento do que simplesmente comer em um pote. O psicólogo Glen Jensen criou o termo contrafreeloading em 1963, que significa extremante isso: um animal, ao ter a escolha entre um alimento que exige seu esforço para obtê-lo e outro simplesmente fornecido, prefere o alimento que exige esforço.
Mas qual a importância disso?
Além de tudo que já falei sobre qualidade de vida e bem-estar aos pets e outros animais (como os de fazenda, por exemplo), existe mais um motivo: a epigenética. Epi (grego) quer dizer “por cima”, “em cima”, então epigenética é o que está acima da genética, são marcadores químicos que podem ativar ou desativar partes do nosso genoma de acordo com o ambiente em que vivemos, hábitos e até experiências sem alterar nosso DNA.
Ainda de acordo com a Dra. Cristiane Pizzutto, um animal que vive de forma prolongada sem os estímulos adequados faz com que os mecanismos epigenéticos marquem genes relacionados a doenças e farão com que esses genes se expressem muito mais inclusive nas gerações futuras!
Mais uma vez, está em nossas mãos fornecer as condições para que nossos pets e todos os animais vivam com qualidade de vida real. Você pode começar com seu pet, oferecendo a comida dele de forma diferente pelo menos algumas vezes na semana, mostre a ele como fazer, depois você pode aumentar os dias e também revezar as formas de oferecer o alimento. Trarei mais dicas sobre isso em outros artigos!
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