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Coprofagia: o que é e como resolver

O seu pet esta ingerindo as próprias fezes ou as de outros animais? Esse hábito se chama coprofagia. Entenda as causas desse comportamento e como resolvê-lo, no conteúdo a seguir!

Coprofagia significa o ato de comer fezes (tanto as próprias como as de outros animais) e esse comportamento pode ter origem tanto em fatores fisiológicos quanto comportamentais.

Não é necessariamente prejudicial para o cão e não terá nenhum prejuízo em relação à sua saúde, a não ser que ele coma fezes de outros animais e estes estejam contaminados com vermes, fungos ou parasitas. Se isso acontecer, ele pode pegar doenças como giardíase, verminoses, entre outros.

Este comportamento só é normal em mães em fase de amamentação, que ingerem as fezes e urina dos seus filhotes com o objetivo de limpar o ninho e de evitar a propagação de odores para não atraírem os predadores.

Causas da coprofagia

Identificar a causa da coprofagia é o primeiro passo para começar a tratá-la. Isso não só porque o procedimento adequado está diretamente ligado a ela, mas também porque o hábito pode ser um sintoma de doenças mais graves, de modo que o tratamento é essencial para garantir a saúde do cão.

A coprofagia pode ser dividida em autocoprofagia (ato de comer as próprias fezes) e alocoprofagia (ato de comer as fezes de outros animais).

  •  Causas fisiológicas: do lado fisiológico, os motivos mais comuns são associados à nutrição. Os cães com dietas inadequadas podem recorrer à coprofagia como forma de buscar mais nutrientes. Em outros casos, pode ser sinal de um problema de má-absorção, como insuficiência hepática ou doenças intestinais. Por isso é muito importante que o cão se alimente corretamente para poder levar uma vida cheia de energia, saudável e feliz.
  • Causas comportamentais: já do ponto de vista comportamental, as causas são igualmente variadas. Pode ser por stress, como a ansiedade pela separação, ou solidão e tédio; mas uma das mais comuns é fazer isso para chamar a atenção do tutor. A atenção dada imediatamente após a ingestão das fezes, mesmo que negativa, pode estimular esse comportamento.

Como evitar esse comportamento

Quando o tutor utiliza técnicas de reforço negativo, como esfregar o focinho do cão nas fezes e dar broncas verbais, faz com que ele associe a punição ao ato de defecar e não ao de comer as fezes. E o resultado será o contrário: ao invés de parar de comer, o cão vai ingerir as fezes exatamente para esconder e não levar bronca do tutor. Além disso, pode acontecer de o cão defecar sempre escondido, com medo de receber bronca.

O ideal é não dar bronca se o cão fizer as necessidades no lugar errado ou se ele comer as próprias fezes. Se isso acontecer, ignore-o (não falar, olhar ou tocar) completamente por alguns segundos, até ele dispersar. Quando acertar o local correto, recompense com petiscos, carinho e atenção.

É importante não recolher as fezes na frente dele, pois isso pode levá-lo a querer limpar as próprias fezes antes que o tutor consiga retirá-las.

É possível reduzir a coprofagia usando a aversão alimentar, que é a associação negativa ao ingerir as fezes. Pode ser usada alguma substância desagradável (seja pelo odor ou pelo sabor) para cobrir as fezes, como vinagre, molho de pimenta ou outra opção indicada pelo veterinário. O objetivo é fazer o cão ter uma experiência negativa para que assim não repita esse comportamento.

Também pode ser usada uma dieta composta com vegetais como repolho, brócolis, nabos, couves de Bruxelas, couve flor, ou qualquer outro alimento que seja rico em teor de enxofre, pois é muito incômodo para os cães.

Não há solução milagrosa, mas a coprofagia pode ser prevenida e corrigida se o tutor conseguir ter hábitos saudáveis como gasto adequado de energia, manter a vermifugação em dia e manter o local onde o cão vive sempre higienizado. A dedicação do tutor é a grande chave para a saúde do seu cão. 

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Escrito por Piero Giuntoli

Apaixonado por cães desde pequeno, o adestrador e especialista em comportamento canino Piero Giuntoli é formado em Publicidade e trabalhou durante sete anos no setor de entretenimento e produção audiovisual.

Em 2014, após decidir mudar de área e se especializar em psicologia canina, criou a FitDog Adestramento & Consultoria Comportamental com o objetivo de melhorar a convivência entre famílias e cães, com qualidade de vida e reduzindo assim a possibilidade de rejeição e de abandono.

Site: fitdog.com.br

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