Em nossa casa, existem locais que podem representar risco de acidentes para os cãozinhos, como escadas, varandas e piscinas. Por isso, é importante cercamos esses ambientes com tela ou usar um portãozinho para evitar o acesso do animal sem supervisão.
Você também deve se informar sobre produtos, plantas e alimentos que são tóxicos para os cães e retirar do seu alcance tudo o que pode representar um risco à saúde dele.
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Leia sobre como adaptar seu lar para um cachorro
Como os filhotinhos ainda não tomaram todas as vacinas e, por serem muito novos, seu sistema imunológico ainda está em processo de fortalecimento. Por isso, é importante higienizar muito bem toda a sua casa. Lembre-se, ainda, de sempre higienizar suas mãos antes de brincar com o filhotinho ou servir suas refeições e água.
Com a casa toda preparada para evitar ao máximo qualquer problema, chegou a hora de montarmos o cantinho do filhote.
Escolher o local onde a cama vai ficar é também definir qual canto da casa pertence ao cãozinho, já que perto do local onde ele dorme ficam o bebedouro, o comedouro e seus brinquedos. Esse local deve ter proteção do sol, ser fresco e o menos barulhento possível.
É aconselhável que o local escolhido para manter o cãozinho, pelo menos nos primeiros dias, seja alguma área na qual a família passe bastante tempo, para que ele se sinta acolhido, parte do grupo e para que todos possam monitorar o que o filhote está fazendo.
Importante! Um filhote com sono de má qualidade pode desenvolver problemas comportamentais, por isso muita atenção na escolha do local.
Comedouro e bebedouro
São várias coisas que você precisa levar em consideração na hora de escolher um comedouro e um bebedouro para o seu cão. Afinal, apesar de ser algo aparentemente simples, alguns tutores podem ficar na dúvida quanto a certos fatores, como tamanho, material, altura, entre outros.
É importante você manter os potes sempre limpos e bem lavados, principalmente os de água, que deve ser trocada uma vez ao dia, e nos dias mais quentes, troque mais de uma vez. A limpeza do pote é essencial para evitar mofo e que mosquitos coloquem seus ovos na água.
- Tamanho: Comprar um comedouro grande demais não é uma boa ideia, pois a tendência é o tutor encher esse comedouro e acabar dando mais comida que o necessário, causando até a obesidade no cão.
O bebedouro pode ser de 2 a 4 vezes o tamanho do comedouro, porém é bom trocar sempre a água do seu cão mesmo que ainda não tenha acabado.
- Altura: Colocar os potes na altura certa pode ser uma boa forma de melhorar a postura do cão e facilitar a digestão. Além disso, pode ser um alívio para cães com problemas nas articulações, já que não precisam se abaixar tanto para pegar a comida.
Cães com problemas de refluxo, que vomitam após as refeições ou que engasgam, podem melhorar muito se comerem a comida e tomarem a água em potes suspensos.
Os potes automáticos tanto de comida quanto de água podem ser muito úteis, porém, eles têm algumas desvantagens. Primeiramente, deixar a comida à disposição do seu cão não é bom pra ele, pois ele come à vontade e pode ficar obeso. Além disso, você perde o controle do quanto ele está comendo e não sabe se ele aumentou ou diminuiu a quantidade de comida.
Para cães que comem muito rápido, existem comedouros interativos. Eles têm diferentes formatos e pequenos “labirintos” que servem para desacelerar o cãozinho enquanto se alimenta. Outra boa funcionalidade são comedouros com a base emborrachada, deixando-os firme junto ao chão, ideais para cães que tendem a empurrar o pote enquanto se alimentam.
Os materiais mais comuns são de aço inoxidável, alumínio, cerâmica e plástico:
- Aço Inoxidável: É a melhor opção. Ideais para cães que adoram morder tudo. São duráveis e bastante resistentes, podem ser lavados com esponja ou na lava-louças.
- Alumínio: Uma opção barata e resistente, porém o alumínio vai criando ranhuras (vincos no material) e soltando partículas de alumínio na comida e na água do seu cão, o que não é bom pra ele.
- Cerâmica: São fáceis de limpar e podem ser encontrados em vários modelos e designs diferentes. São ótimos e pesados, ideais para filhotes ou cães que tendem a empurrar o comedouro pela casa.
- Plástico: É o material mais usado e mais barato do mercado. Precisam ser repostos com certa frequência, pois criam ranhuras e soltam partículas de plástico na comida e na água.
Cama
O local onde o cão dorme e descansa é um item tão importante quanto o comedouro e o bebedouro.
Existem hoje no mercado opções variadas de camas, mas é fundamental que a escolha não seja feita pela beleza, mas sim pelo conforto e praticidade que ela trará para o cãozinho. Por isso que, independentemente do material ou do formato, é essencial que ela seja sempre acolchoada.
Há cinco tipos mais comuns de camas para cães: quadrada, retangular, redonda, toca, suspensa e a casinha. E os materiais mais usados são: vime, madeira, tecido, plástico e acrílico.
O modelo ideal vai depender do clima da sua região, do porte e da idade do seu cão. Ele sentir muito frio ou muito calor, por exemplo, é um fator determinante na escolha da cama.
Para cães que moram em locais mais quentes ou com pelo espesso ou comprido, as camas mais frescas são essenciais, pois eles tendem a passar calor mais facilmente enquanto dormem. Eles se dão bem com camas sem bordas, como as almofadonas e também as redes, uma vez que o ar flui sob o cão enquanto ele dorme.
Para climas frios, as caminhas com bordas nas laterais, as tocas ou de pelúcia, além de darem mais aconchego, também oferecem maior isolamento térmico.
Para escolher o formato ideal, é importante observar a maneira como o cão dorme: esticado ou encolhido. As redondas e quadradas são mais indicadas para os que dormem encolhidos e as retangulares para os que dormem esticados.
A idade do cão e os problemas de saúde devem ser consideradas ao selecionar o tipo de cama. Acontece que os cães mais velhos passam mais tempo deitados, de modo que é preciso que a cama permita distribuir bem o peso do seu corpo. Então, prefira modelos grandes nos quais mesmo que ele se estique completamente, ele ainda caberá todo em cima da caminha.
Modelos ortopédicos atendem a cães com dor nas articulações, artrite ou com pouca mobilidade, por isso escolha camas que sejam baixa e com antiderrapante (assim você evita que a cama deslize ou vire com o uso).
As camas impermeáveis são ideais se o seu cão for mais velho e incontinente. Existem opções de camas em tecido 100% algodão caso o cão tenha sensibilidade a tecidos sintéticos como o poliéster ou o poliuretano.
Agora, se o cão gosta de destruir as coisas, o recomendado é optar por uma cama mais simples e barata, sem muitos recursos extras. Assim não vai custar muito para substituir se for preciso.
É muito importante cuidar da higiene da cama do seu cãozinho e, como os cães têm o corpo quente, a cama pode virar um ambiente perfeito para a proliferação de pulgas, carrapatos e bactérias. Para evitar estes problemas, verifique se a cama é lavável antes de comprá-la. Alguns modelos podem ser lavados completamente, mas na maioria, apenas o forro é lavável. Além disso, há caminhas que não podem ser lavadas na máquina, fique de olho nisso.
Ao lavar a caminha, lembre-se também que os cães mais sensíveis podem “estranhar” cheiros fortes se você usar muito sabão, amaciante ou outros produtos de limpeza na lavagem, ou pior, podem ter reações alérgicas. Então, opte por produtos neutros e com aroma suave.
Adaptação e Segurança
Quando adotamos ou compramos um cãozinho, é importante cuidar dele de maneira responsável e considerar se o nosso estilo de vida é realmente compatível com as suas necessidades. Mas isso não significa que tenhamos que estar com ele o dia todo, algo que é impossível, já que temos que trabalhar, estudar e fazer muitas outras atividades diárias.
O recomendado é apenas adotar ou comprar se, a princípio, o animal não for passar mais de três ou quatro horas por dia sozinho, pelo menos no início de sua convivência. Por isso, para que a adaptação nos primeiros dias seja positiva e tranquila, o ideal é que esse momento seja durante algum feriado ou período de férias da família, pois, além de ser importante para que todos os limites sejam estabelecidos com clareza, essa primeira experiência será fundamental para que o cão se sinta integrado à matilha e seja educado corretamente.
Após esse período de adaptação, como infelizmente não podemos passar 24 horas em casa, em algum momento o filhote vai ficar sozinho. E, embora dependa de fatores como idade, há quanto tempo o animal já mora com a família e educação, o consenso é que eles não devam passar mais de oito horas sozinhos. Biologicamente, um animal pode sobreviver dias sem a presença de seus donos, mas isso não significa que este seja um estado ideal para sua saúde física e mental.
Com filhotes, o ideal é evitar que ele fique sozinho por muito tempo, pois a probabilidade dele adquirir algum problema comportamental será muito maior. Também temos que levar em consideração que as necessidades biológicas dos filhotes são maiores do que as de um cão adulto, então, quanto menos tempo ele passar sozinho, melhor. No caso de cães mais velhos ou idosos, a atenção deve ser constante, pois eles são mais delicados e precisam de cuidados especiais.
Além da idade do cão, é importante considerar há quanto tempo o animal já mora com a família. Isso porque, se ele já está há bastante tempo convivendo na casa, ele se sentirá confortável e confiante, por isso não será tão ruim quanto com um recém-chegado.
Um cão que não conhece o ambiente, que ainda não foi educado e que é filhote, pode apresentar problemas comportamentais, emocionais e de autoestima. Além de poder atrapalhar a flora intestinal e o ciclo do corpo, pois ele não poderá fazer as necessidades quando precisar. Um animal pode suportar oito horas sem suprir suas necessidades, mas não é natural, então os ciclos vão mudar.
Os cães que ficam muitas horas sozinhos muitas vezes também experimentam uma vida mais sedentária. Uma rotina inativa é muito prejudicial para a saúde física e mental deles. Em princípio, uma atividade física deficiente favorece o excesso de peso e as doenças associadas a ela, como diabetes, problemas cardíacos e articulares, entre outras patologias.
Algumas dicas essenciais para permitir que o cão fique sozinho e tranquilo:
- Enriquecimento ambiental: Como já visto anteriormente, um cão sozinho em casa sem distrações fica ansioso pela volta do seu tutor. Porém, se o animal estiver distraído com alguma outra atividade, ele não vê o tempo passar.
- Atividade física: Insira na sua rotina a prática de atividades físicas antes de sair de casa, seja um passeio longo ou uma brincadeira intensa. Assim, o cão estará com a energia mais baixa quando estiver sozinho, o que diminuirá a sensação de ansiedade para a sua volta.
- Chegadas e saídas: O cão precisa entender que recepções e despedidas são momentos comuns da rotina. Para que isso aconteça, você precisa tratar a situação como se fosse algo normal. Por isso, não faça despedidas afetuosas, pois essas atitudes tornam esse momento muito especial, reforçando o comportamento ansioso: ele vai querer que você saia logo para mimá-lo. Já ao voltar para casa, segure a vontade de fazer uma festa com o cãozinho. Evite dar atenção enquanto ele estiver muito agitado, aja como se nada estivesse acontecendo e só dê atenção depois que ele se acalmar.
Importante! Não deixe nada aberto e sempre revise bem as portas e as janelas antes de sair. Além disso, nunca deixe o cão preso pela guia com a coleira de pescoço enquanto estiver sozinho, pois isso pode ser muito perigoso e ele pode se enforcar se ficar agitado ou inquieto. Segurança sempre em primeiro lugar.
E, para finalizar, não se esqueça que a chegada de um cãozinho é um momento de muita alegria para a família, mas para que a adaptação seja saudável, todos devem ter muita responsabilidade, disciplina e paciência. Com os cuidados adequados, a vida em família com o seu filhotinho será muito agradável e prazerosa por muitos e muitos anos.
Os cães são os melhores amigos do homem, pois são companheiros, fiéis e muito divertidos. Aproveite cada fase do desenvolvimento de seu filhote, dê muito amor e carinho e com certeza vocês terão uma relação incrível para o resto da vida!
Piero Giuntoli, adestrador, especialista em comportamento canino e proprietário da FitDog Adestamento e Consultoria Comportamental.
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E aí, pensando em ter um cachorrinho na sua casa? Conta pra gente!
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