Criando Gatos, parte 2: Higiene e adestramento

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Vamos direto ao nosso assunto de hoje, (pra você que já leu o post: Criando Gatos, parte 1: Nova casa e Alimentação do gatinho).

Higiene do gatinho: Caixinha de areia e… banho?!

Uma vantagem que eu vejo dos gatos sobre os cachorros é que você não precisa gastar horas, dias e tapetes até que seu filhote aprenda a fazer xixi e cocô no lugar certo! Os gatinhos precisam de uma bandeja sanitária própria para gatos (mais uma vez, se a grana estiver curta, um tuppeware do tamanho e volume certo dá conta de recado!) e de areia higiênica. “Posso usar areia comum?” Ué, até pode, mas só se for assim, em úuuuultimo caso, porque a areia comum gruda nas…hum… ‘partes intimas’ de seu gatinho (e nas patinhas também).

Mas o ideal é areia higiênica, vendida em várias marcas, tamanhos, tipos e sabores! A grande facilidade da areia higiênica é que ela forma “gruminhos” em volta do xixi, ficando muuuuito mais fácil de limpar a caixinha de areia. Sem contar que algumas marcas ainda eliminam qualquer cheirinho ruim!

Todo dia você deve recolher os “gruminhos” com uma pá especial ou luva de procedimentos (aquelas luvas brancas de látex – luva de médico), evitando ao máximo que as excretas (ui! Termo técnico é sempre feio!) do seu gatinho tenham contato com a sua pele. E mais ou menos uma vez por semana, ou a cada 15 dias (dependendo da marca) deve-se trocar toda a areia da caixa.

“Mas como eu ensino meu gatinho a usar a caixa de areia?!” Não precisa! Gatinhos já vêm com essa habilidade “de fábrica”. É só você deixar a caixinha de areia em um lugar fácil, visível e longe de fontes de água e comida. De preferência um espaço bem arejado. O gatinho só deve ser ‘apresentado’ à caixinha de areia na hora que for fazer xixi e aí, uma vez que ele saiba onde está a caixinha, ele já corre pra lá sempre que necessário! Fácil, rápido e indolor. Se sua casa for muito grande, é legal que tenha mais de uma caixinha de areia, para que o gatinho não precise andar aquela ‘lonjura’ toda quando precisar.

E quanto ao banho?! Em geral o gatinho se limpa sozinho, mas se você quiser uma ‘limpeza profunda’ pode sempre optar por um banho. Acostumando o gatinho com a água desde cedo, facilita muito na hora de dar um banho quando ele for adulto. Água morninha, sem usar produtos com cheiro forte e muito amor, carinho e paciência são fundamentais. O primeiro banho tanto pode ser uma experiência agradável e limpinha quanto uma tortura. Muito cuidado ao manusear o gatinho na hora do banho. Tudo deve ser feito sempre com muita delicadeza, evitando traumas para o gatinho e arranhões e mordidas para você!

Adestramento de gatinhos: É possível?!

Sim, sim! Muito possível. Lembrando que é que nem cachorro: quanto antes você ensina mais fácil de aprender é. É muito parecido com o adestramento de cães, mas os gatinhos costumam ser mais… hum… independentes. Então vão aí umas dicas básicas:

  • Ensinar o gato a não subir no sofá, não arranhar os móveis, ou não fazer alguma outra coisa ‘errada’: Isso exige paciência! Você solta seu gatinho no “local proibido’ (a sala com o sofá novo, por exemplo) e fica ali, escondido só esperando pelo ato maléfico. Quando o gato se prepara para subir ou arranhar o sofá você, do seu canto escondido, emite algum tipo de som alto para assustar o animal. Pode ser bater um pedaço de jornal enrolado na parede, bater com uma colher de ferro no fundo de uma panela, dizer ‘não’ em tom firme e forte, sei lá, vai da sua criatividade. Depois de dois ou três sustos o seu gatinho já vai saber que aquela ação leva a um barulho ato que ele não gosta. E vai deixar de fazer. Lembre sempre de recompensar o gatinho quando ele fizer algo certo!
  • Ensinar o gato a vir quando você chama: Tem gente que fala que o ruim de gato é que eles nunca vêm quando você chama. Se você tiver um gatinho com um nome fácil e usar um tom de voz especial só pra ele (e recompensá-lo cada vez que ele vier) ele vai aprender logo a atender quando você chama. (Essa parte eu nunca consegui pôr em prática com o meu gato. Você o chama, ele te olha com aquela cara de ‘o que é, mortal?!’ vira pro outro lado e dorme de novo…)
  • Na hora de chamar para comer o item de cima também é válido. O ‘esquema’ é criar uma palavra própria para comida, numa entonação particular (pode ser “papar”, “comidinha”, “nhami nhami” sei lá…minha mãe fala “comida de gatô” e bate as tigelinhas três vezes na mesa. Os gatos vem correndo de onde estiverem na hora!)
  • Petiscos, petiscos e hummmm….petiscos: Seu gatinho fez algo certo? Recompense com comida. Petisquinhos, um pouco de leite… o que ele gostar mais. Mas nunca esqueça: petiscos e amor gastronômico demais criam animais obesos! Muita calma nessa hora!
  • Sentar, deitar, rolar, buscar a varetinha: Não. Isso já não dá. Não que o gato nao tenha inteligência suficiente para aprender estes comandos que nem os cães… aliás, eu acho que os gatos têm é inteligência demais pra isso. Eles devem pensar: ‘Pra que sentar se depois ele vai me mandar levantar, e aí deitar e rolar… bah… vou é dormir que eu ganho mais… ’

O adestramento de um gato se resume em retirar ações indesejáveis e incluir ações desejáveis, mas mandar um gato sentar ou deitar é muito difícil! Tem gente que diz que conseguiu, mas eu ainda to pagando pra ver!

 

Veja também:

Criando Gatos, parte 1: Nova casa e Alimentação do gatinho

Criando Gatos, parte 3: vacinas, vermifugação e cuidados veterinários

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Escrito por Mariana Benitez Fini

Mariana Benitez Fini, veterinária formada pela Universidade Federal de Tocantins. Trabalhou com diagnóstico por imagem de pequenos animais, possui interesse em comportamento e nutrição natural para pets.
Trabalha no serviço de inspeção municipal de Araçoiaba da Serra-SP, escreve para a revista Pulo do Gato, e é proprietária do Blog PetDicas.
Atualmente está procurado se especializar em equinocultura e tem como projeto para o futuro criar um canal no youtube com dicas para pets.

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