Fundada em 1999, a Rede Nacional de Combate ao Tráfico de Animais Silvestres (RENCTAS) é uma organização sem fins lucrativos, reconhecida – inclusive por prêmios internacionais – pela estratégia inovadora no combate ao tráfico e ao comércio ilícito de animais selvagens.
A estratégia da RENCTAS é usar as redes sociais e os aplicativos de comunicação instantânea para rastrear e acompanhar as ofertas e as demandas desse mercado ilegal que movimenta, aproximadamente, US$ 2 bilhões por ano no Brasil.
Na década de 1990, a ONG constatou que a internet não era apenas uma das principais ferramentas de comerciantes e potenciais compradores, mas também um meio de identificar a obscura cadeia de suprimentos que envolve as transações.
No ano de sua criação, a RENCTAS já havia detectado cerca seis mil anúncios de venda ilegal de animais silvestres em plataformas de comércio eletrônico; em 2019, com a era da hiperinformação e a popularização perene das redes sociais, o número aumentou para 3,5 milhões.
Índices assustadores sobre o tráfico ilegal de animais silvestres
Segundo a ONG, 38 milhões de animais silvestres são retirados da natureza todos os anos no país; estima-se que nove em cada 10 bichos traficados morrem antes de chegar ao consumidor final.
De acordo com a RENCTAS, primatas, répteis, anfíbios, felinos e insetos – vide o exemplo das delicadas borboletas brasileiras, capturadas e destinadas a decorar tampas de vasos de poliuretano – estão entre os grupos mais visados pelos traficantes e mais procurados pelos consumidores; Amazônia e Cerrado são os biomas mais explorados.
“O tráfico de animais selvagens é uma verdadeira tragédia para a biodiversidade brasileira”
A afirmação precisa é de Dener Giovanini, cofundador da Rede. Ele revelou ao jornalista Peter Yeung, colaborador do portal Mongabay, que, em 2020, a ONG não só coletou mais de três milhões de mensagens do comércio ilegal em Facebook e WhatsApp, mas também reuniu dados de cerca de 200 organizações do tráfico de animais.
Um estudo da RENCTAS descobriu ainda que 40% dos quase 400 negociadores de vida selvagem no Brasil também estão envolvidos em outras atividades criminosas.
Lembrando que o contrabando de animais silvestres é a 3ª maior atividade ilegal do mundo, atrás apenas do tráfico de armas e de drogas.
Você pode ajudar a garantir o bem-estar dos animais silvestres
Hoje, a atuação da ONG é mais relevante do que nunca: cientistas de todo o mundo alertam que o comércio ilegal de animais silvestres, que está esgotando a fauna da Amazônia e do Cerrado, também pode espalhar doenças zoonóticas perigosas e, com espécies enviadas para fora do Brasil, se transformar em fonte da próxima pandemia global.
O trabalho da RENCTAS se mantém unicamente por meio de doações. Quem quiser e puder ajudar basta clicar aqui!
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