Santuário de Animais ou Parque com Fins Lucrativos: Como Diferenciar?

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Confira algumas dicas para não ser enganado por companhias de viagem e empresas que exploram animais selvagens para fins lucrativos

Passeio com elefantes, nado com golfinhos, interação com tigres e leões. Você já deve ter visto ou recebido propagandas e ofertas de passeios assim, envelopadas sob o discurso de que a vida selvagem está protegida e vive melhor assim.

Muitos parques que mantêm animais para exibição ou programas interativos com humanos se vendem como santuários ou espaços de preservação de espécies, e assim conquistam uma fatia do público que já não tolera mais a exploração de bichos para puro entretenimento. Mas esses lugares são, na verdade e em sua maioria, empresas que lucram com a privação de liberdade da vida selvagem. Então, para não sermos enganados e nos tornarmos consumidores mais conscientes, é importante saber diferenciar.

Respeito, a principal diferença

Foto: Carol Zerbato no Santuário de Elefantes Brasil

Em 2018, quando pude, como madrinha, visitar o Santuário de Elefantes Brasil, o primeiro e único da América Latina, recebi instruções muito específicas quando cheguei: mude seu tom de voz, não fale alto nem faça nada para chamar a atenção dos elefantes; você está na casa deles, não na sua.

Essa é a primeira e, talvez, a mais evidente diferença: o respeito. Em um santuário de animais, você não pode chegar perto deles; não pode perturbar o sossego deles; não pode interagir com eles. Não é nada sobre você, é tudo sobre eles.

Se puder se aproximar, desconfie

Se uma companhia de viagens te oferecer um passeio em que você pode tirar fotos ou ter qualquer outra interação com golfinhos, elefantes, leões ou outro animal selvagem, desconfie: se tiver a garantia de que irá beijar, abraçar ou tirar uma selfie com essas espécies, elas estão sendo treinadas para tanto.

Atente-se à descrição do local

Muitos parques que exploram animais se apropriam de conceitos de caridade ou ciência para atrair mais clientes, mas não necessariamente seguem critérios científicos ou ajudam na conservação e no cuidado das espécies.

Uma única pergunta pode fazer desmoronar a propaganda enganosa: de onde vêm esses animais?

Pesquise sobre a marca, verifique se ela comercializa os bichos ou tem programas de reprodução para benefício próprio. Se a resposta for sim, provavelmente esse espaço não é um santuário.

Favor não tocar

Vale lembrar que a exploração de animais selvagens com fins lucrativos também pode acontecer em habitat natural, o que se dá quando invadimos indiscriminadamente o ambiente onde vivem.

Se for fazer uma saída de barco, mergulho ou observação de baleias, por exemplo, os animais não devem ser perseguidos durante o percurso. Se, quando fechar o passeio, a empresa garantir que você verá ou poderá tocar nos bichos, se trata de um entretenimento que não os respeita.

Com informações do Dolphin Project, projeto que defende e reabilita golfinhos pelo mundo há mais de 50 anos.

Carol Zerbato

Escrito por Carol Zerbato

Escritora, publicitária e ativista pelos direitos dos animais, Carol Zerbato já foi locutora e repórter; trabalhou com comunicação corporativa e assessoria de imprensa; e atuou como redatora e revisora. Foi uma das embaixadoras da campanha contra a Leishmaniose Canina e é uma das madrinhas do Santuário de Elefantes Brasil. É autora do livro Ativismo Consciente: A importância da Inteligência Emocional na Causa Animal, criadora da Cachorra Carol, palestrante e mãe de três filhos: Rachel, a mais velha, uma labralata; Deloris, a do meio, uma gata vira-lata; e Ben, o caçula, um humano.

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