A Síndrome de Ansiedade de Separação (SAS) é um conjunto de comportamentos apresentados por alguns cães quando são deixados sozinhos e pode acontecer independente do sexo, da raça e idade.
Os principais sintomas são: comportamento destrutivo, dermatite, choro e latidos excessivos, perda de apetite, automutilação, hiperatividade e necessidades fisiológicas fora do local enquanto o tutor está fora.
Além disso, a reação do cão quando percebe que o tutor vai sair é exagerada, com pulos, latidos e choro. Esses comportamentos são muito prejudiciais para sua saúde emocional, e também frequentemente geram mal-estar entre vizinhos.
Quando a Síndrome de Ansiedade de Separação é desenvolvida?
A Síndrome de Ansiedade de Separação pode ser desenvolvida em filhotes retirados prematuramente de suas mães e irmãos e, provavelmente, a síndrome pode ter sido reforçada pelos tutores do cão logo nas primeiras semanas em casa.
Outra ocorrência comum observada em cães com a SAS são filhotes descendentes de cães com histórico da Síndrome da Ansiedade de Separação, o que pode significar que haja uma correlação genética.
Em casos de cães que nasceram em abrigos, também é muito comum o surgimento desta síndrome devido ao fato de terem sofrido algum tipo de abuso na infância, rejeição materna precoce, falta de estímulo e socialização do filhote e má saúde materna.
Os cães mais velhos com Síndrome de Ansiedade de Aeparação podem ter problemas em mudar para uma casa nova, problemas em aceitar outros animais de estimação, crianças, bebês e situações novas em geral.
E qual é o tratamento?
Para o tratamento adequado, o veterinário deve ser consultado e, logo após confirmada que a síndrome não tem origem patológica, o trabalho de recondicionamento comportamental pode ser iniciado. O tratamento será composto por duas fases combinadas entre si: mudança comportamental e enriquecimento ambiental.
Na mudança comportamental, a independência e obediência do cão devem ser incentivadas. Uma opção é deixá-lo comer sozinho em um cômodo ou que ele brinque sem ninguém. Sendo assim, ele saberá fazer essas coisas enquanto o tutor estiver fora.
O ponto principal é ensinar o cão a tolerar a ausência do tutor, aos poucos, gradualmente, com saídas rápidas, aumentando o tempo fora com pequenos intervalos.
No seu retorno, o tutor não deve dar atenção excessiva ao cão, pois esse comportamento só o estaria reforçando negativamente. Nessa repetição podem ser trabalhados outros gatilhos, como se calçar, pegar as chaves e mexer na maçaneta.
Tudo isso pode ser feito sem que ninguém saia de casa. Enquanto o cão permanecer excitado, o tutor deve ignorá-lo, até que ele se acalme e só nesse momento, interagir.
Além disso, é importante deixar claro que castigar o cão por reincidências ou por comportamentos realizados durante a ausência do tutor não tem nenhum efeito positivo, pois o cão não vai entender o motivo do castigo.
O enriquecimento ambiental pode ser um grande aliado
Com o enriquecimento ambiental, o objetivo é oferecer brinquedos para entreter o cão enquanto ele está sozinho, como aqueles brinquedos para esconder comida ou objetos para morder.
Os mais indicados são aqueles que estimulam seus instintos naturais, como os brinquedos de morder feitos de nylon. Eles podem ter diferentes texturas e tamanhos, são muito resistentes e não oferecem nenhum risco à segurança do cão.
É bom que, de vez em quando, os brinquedos sejam trocados (em sistema de rodízio) para que assim sempre tenha alguma novidade disponível. Outra opção é deixar uma peça de roupa do tutor e manter o rádio ligado, pois isso diminui a sensação de solidão.
Uma curiosidade é que o comportamento destrutivo geralmente é devido ao fato de o cão aproveitar o momento da ausência do seu tutor para brincar e desenvolver condutas exploratórias normais nele, pois é castigado quando as realiza na frente do tutor.
Uma boa opção para saber se o cão pode ter um problema de ansiedade por separação, é filmá-lo quando estiver sozinho em casa.
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